Tire proveito dos programas de fidelidade para viajar mais; saiba como
Nas férias ou até mesmo durante os feriados prolongados, optar pelo avião como meio de transporte é uma ótima maneira de encurtar o tempo de deslocamento até o destino, o que permite aproveitar com mais calma as atrações que o local oferece. Por outro lado, dependendo do preço das passagens, pode sobrar menos dinheiro para gastar no passeio.
Uma estratégia para escapar desse dilema é participar de programas de fidelidade, que convertem o valor gasto com despesas variadas nos estabelecimentos parceiros em milhas, as quais, por sua vez, podem ser trocadas por passagens aéreas. “Essa é uma ótima maneira de economizar na parte mais cara da viagem, que é a passagem aérea”, afirma Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.
Mas não basta fazer parte desses programas, é preciso saber como utilizá-los a seu favor. O primeiro passo é focar na acumulação de pontos, porém, sem ampliar os gastos habituais. Segundo Leonel Andrade, presidente do Programa Smiles, concentrar todas as compras no cartão de crédito que gera milhas é uma alternativa interessante.
“Geralmente, o valor total das compras do mês é convertido em dólar e, a cada dólar gasto, o consumidor recebe uma quantidade de pontos preestabelecida pela operadora do cartão de crédito”, completa Maria Inês. Depois, basta transferir a pontuação acumulada para o programa de fidelidade e trocar pelas passagens.
É o que faz Ana Cristina Vilhena, 42 anos, de São Paulo (SP). “Pago tudo com cartão: supermercado, padaria, posto de gasolina, médico. Hoje em dia, até barraca de pastel na feira aceita cartão”, conta a economista que, graças ao hábito, costuma viajar em média a cada dois anos para o exterior usando apenas as milhas.
Entre os destinos preferidos de Ana Cristina estão Paris, na França, e Orlando, nos Estados Unidos. “Em setembro de 2011, consegui passagens aéreas de ida e volta em classe executiva para Orlando, pagando apenas 80 mil milhas”, afirma. Já em fevereiro deste ano, gastou 70 mil milhas para viajar de classe econômica para Orlando, o que permitiu que deixasse de desembolsar cerca de R$ 2.500, valor médio cobrado pelas companhias aéreas que têm voos para a localidade.
Outra opção é dar preferência aos estabelecimentos credenciados ao programa de fidelidade. “É possível acumular pontos em atividades corriqueiras, como no abastecimento do carro, na aquisição de produtos em lojas virtuais, na compra de brinquedos, de itens de higiene pessoal em drogarias e até mesmo durante almoços ou jantares. Basta que o estabelecimento seja parceiro do programa”, afirma Alexandre Mosche Parczew, diretor-executivo de Marketing e Vendas do Programa Multiplus.
Rafael Nunes de Lima, 22 anos, de Maringá (PR), aposta nessa estratégia. “Faço compras pela internet e em estabelecimentos físicos parceiros do programa de fidelidade ao qual sou associado”, relata. O costume possibilita ao assistente financeiro viajar duas vezes por ano, dentro e fora do país.
“Minha última viagem foi de Londrina para São Paulo e saiu por 16 mil milhas, ida e volta. Se pagasse em dinheiro, teria que desembolsar cerca de R$ 2.000 reais só para cobrir o deslocamento”, conta. A dica que ele dá a quem quer fazer bons negócios é programar as viagens com antecedência. “Quanto mais próxima a viagem, maior o número de milhas que você precisará gastar e vice-versa”, afirma.
Segundo Parczew, quem viaja mais também tem oportunidade de acumular mais milhas. Isso porque alguns programas de fidelidade permitem juntar pontos ao fazer reservas de hotéis e até ao alugar carros com empresas parceiras.
Para usufruir desses benefícios, o importante é não esquecer de informar o número fidelidade a cada transação, para garantir o aumento de pontos.
De olho na validade
Se sobrarem milhas ou a quantidade acumulada não for suficiente para cobrir o preço das passagens aéreas, uma opção é trocar os pontos por estadia em hotéis ou aluguéis de carros – o que também vai ajudar a baratear a sua viagem -principalmente se as milhas estiverem para vencer. Ana Cristina já fez essa troca e conseguiu zerar o custo da hospedagem em uma viagem, pouco tempo antes de seus pontos expirarem.
Para não perder esse controle e acabar desperdiçando o que foi acumulado, é essencial checar com frequência o extrato das milhas, que mostra a validade delas e também dos pontos adquiridos com o cartão de crédito. “Muitas pessoas não sabem que podem transferir os pontos do cartão de crédito para os programas de fidelidade, em que o prazo para a troca é maior”, afirma Andrade.
Por outro lado, se o prazo para as milhas expirarem ainda for longo, os especialistas aconselham fazer a transferência apenas quando houver uma viagem em vista, para a qual se deseja adquirir uma passagem. Assim, o correntista não corre o risco de não conseguir transferir os pontos remanescentes, uma vez que os bancos exigem um número mínimo de milhas acumuladas – geralmente, 10 mil – para realizar a transação.
Escolha o programa ideal
Antes de aderir a um programa de fidelidade ou de cartão de crédito que gere milhas, é fundamental ficar atento às cláusulas contratuais do serviço e levar em consideração quais são as companhias parceiras e as regras para transferência de pontos.
Também é preciso analisar todos os valores envolvidos nas transações, como taxas de administração e conservação de pontos e anuidade. “É importante frisar que não vale a pena pagar mais caro pelo serviço ou consumir algo de que não precisa só para acumular pontos”, diz Maria Inês.
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