Quer fugir de excursões e não viajar só? Viagens sob medida são alternativa
Encarar sozinho o planejamento de uma viagem é missão difícil para muitas pessoas. A justificativa pode ser falta de tempo, de conhecimento ou, simplesmente, a insegurança. Nesses casos, os pacotes de viagem parecem ser sempre a melhor opção, mas uma alternativa possível é recorrer às viagens personalizadas. Sem ter que aderir às excursões, mas recebendo a assistência necessária, dá para optar por roteiros que fogem do lugar-comum, que dão mais liberdade ao turista e ainda proporcionam um contato mais intenso com a cultura local.
Piquenique em Cuzco, jantar privado ao som de violinos nas ruínas da Turquia ou mesmo uma visita privada à Capela Sistina, no Vaticano são experiências proporcionadas pelos grupos de viagem “tailor-made” (feitos sob medida). Eles nasceram com a ideia de oferecer ao turista um roteiro pronto, com acompanhamento constante durante o passeio, mas com experiências semelhantes às de uma viagem independente.
“Montamos viagens para lugares onde já estivemos antes, fazendo um levantamento dos hotéis, restaurantes e atrações. Com essas informações, fazemos um mix de passeios que permita ao turista vivenciar o destino da melhor maneira possível”, explica Clarisse Linhares, sócia-fundadora da agência Viajando com Arte. “Incluímos cultura, aventura, gastronomia, passeios de bicicleta, trilhas, entre outras coisas”, diz.
Essa é também uma maneira de viajar sozinho, mas acompanhado por pessoas que tenham gostos e valores comuns. “Todos os anos fazemos pesquisas com os clientes da agência e montamos os calendários de viagem com sugestões do que a maioria gostaria de fazer”, diz Fabiana Donato, coordenadora de grupos da agência Donato Viagens, que organiza roteiros personalizados para pessoas a partir de 60 anos.
Esses grupos não costumam exceder o limite de 25 pessoas, que serão acompanhadas durante toda a viagem por um guia turístico experiente. As viagens “tailor-made” também podem ser elaboradas a partir de roteiros idealizados por terceiros. Nesse caso, a agência entra para fazer acontecer o que foi idealizado e ainda está no papel.
A sócia da To Travel, Fernanda Oliveira, organiza viagens com a blogueira de moda e beleza Lu Ferreira, da página “Chata de Galocha!”. “A Lu inclui no roteiro o que gostaria de mostrar para as suas leitoras: restaurantes, passeios, lojas e tudo que ela ama fazer nos destinos”, explica. Nesses moldes, a empresa já levou passageiros para Nova York, Miami, Londres e Paris, acompanhadas da própria blogueira.
Tudo tem um preço
“Todas as peripécias que inventamos têm um custo”, conta Clarisse, que, em uma das excursões à Capadócia, organizou um happy hour para os passageiros com champanhe e comidas locais nas formações rochosas do Vale de Göreme, mais conhecido como “vale do amor”. “Nossos hotéis sempre são bem pensados e isso não significa luxo, mas diferenciais no atendimento ou na estrutura. Pode ser uma vista privilegiada, a localização ou até mesmo a história da construção”, diz.
Não raramente esses grupos também oferecem kits de viagens personalizados a seus passageiros, assim como incluem no preço os tíquetes de transporte que serão usados no deslocamento ou das atrações a serem visitadas. Além disso, o número menor de pessoas também eleva os custos individuais. Assim, viagens personalizadas não são para quem quer viajar gastando o mínimo possível e também não são recomendadas a turistas que não estão dispostos a se entrosar com gente nova.
E mesmo que esses esquemas de viagem tenham horários um pouco mais flexíveis do que em uma excursão tradicional, quem também não gosta de ter compromissos durante uma viagem não vai apreciar tanto a experiência.
Por outro lado, as especialistas garantem que essa é a melhor maneira de perder o medo de viajar sem pacote. E um efeito colateral possível disso – e até desejável – é o turista sentir-se seguro para encarar uma próxima viagem sozinho, como dono do seu roteiro, do seu tempo e do seu destino, sem a assistência permanente de um guia.
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