Gestantes requerem cuidados em viagens de avião; veja como ter voo seguro
Aproveitar os dias de férias para descansar em um local distante, montar o enxoval do bebê em outro país ou fechar um negócio importante. Esses são apenas alguns dos motivos que levam as gestantes a optarem por viajar de avião, nas mais diversas fases da gravidez. Porém, antes mesmo de comprar a passagem, é necessário tomar algumas precauções. Tudo para garantir a segurança e a tranquilidade da mãe e do bebê.
“A viagem aérea em si não prejudica a gestante. O maior receio dos especialistas e das companhias aéreas são as possíveis intercorrências, que poderão exigir assistência médica durante o voo”, explica Wagner Hernandez, obstetra do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
O UOL Viagem conversou com ginecologistas e obstetras que dão dicas às gestantes de como minimizar imprevistos e tornar a viagem de avião mais confortável.
Escolher a data certa
Segundo Hernandez, a melhor fase da gestação para viajar de avião é o segundo trimestre (entre a 14ª e a 28ª semana), período em que o risco de aborto do início da gravidez já passou e as possíveis intercorrências do fim da gestação são mais raras.
Movimentar-se durante o voo
De acordo com Fabio Sakae Kuteken, ginecologista da Rede de Hospitais São Camilo, de São Paulo, ficar muito tempo sentada no mesmo lugar diminui a velocidade do fluxo sanguíneo nas veias, favorecendo a formação de trombos. “Levantar a cada duas horas e movimentar os pés, flexionando-os para melhorar o retorno venoso, evita inchaço e ajuda a prevenir a trombose, um problema ao qual as gestantes estão mais vulneráveis”, afirma Carla Kikuchi, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo.
Ir ao banheiro com frequência
Com a evolução da gravidez e o crescimento do útero, a bexiga acaba sendo comprimida, o que faz com que a gestante sinta mais vontade de urinar. E é importante que ela não segure a urina e vá ao banheiro sempre que preciso, para evitar a contaminação da bexiga pelas bactérias que colonizam a uretra. Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, aconselha, inclusive, que se viaje com roupas leves, que facilitem a ida ao sanitário.
Escolher a poltrona ideal
Ficar com as poltronas mais espaçosas, para poder esticar as pernas, é uma ótima pedida, já que aumenta o conforto e facilita a circulação. As localizadas no corredor são geralmente as mais indicadas. “As companhias aéreas costumam cobrar valores adicionais por assentos com mais espaço, mas essa pode ser uma boa alternativa”, garante Hernandez. “Para quem tem possibilidade de pagar, o investimento vale a pena. Quanto maior a poltrona, melhor”, completa Carla.
Usar meias elásticas
Durante a gestação, o sistema de coagulação da mulher fica mais ativo. Esse fator, associado à diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo na aeronave, aumenta ainda mais o risco de trombose. Por isso, os especialistas aconselham o uso de meias elásticas de média compressão durante toda a viagem.
Abastecer a bolsa de mão com lanchinhos
Desde que não apresente restrições alimentares, a gestante não precisa solicitar alimentação especial à companhia aérea. Mas é importante que mantenha sua dieta habitual e se alimente a cada três horas, no mínimo, para evitar hipoglicemia e náuseas. Levar lanchinhos é uma alternativa interessante, pois assim a passageira não fica restrita aos alimentos oferecidos pela empresa aérea. “Barras de cereais e castanhas costumam ser boas opções, pois oferecem bastante energia e são fáceis de transportar”, indica Hernandez.
Manter-se hidratada
Segundo a especialista Carla Kikuchi, a umidade do ar dentro do avião é baixa e, por isso, a gestante deve se hidratar mais do que o habitual. Isso porque a desidratação pode provocar náuseas e aumentar o risco de infecção urinária. Mas o ideal é dar preferência à água e aos sucos. “Refrigerante deixa o estômago dilatado. No avião, os gases da bebida podem incomodar ainda mais”, afirma Zlotnik.
Informar-se sobre o destino
Pesquise se o destino para o qual deseja ir exige vacinas específicas, pois algumas não são aconselhadas durante a gestação, como é o caso da que imuniza contra a febre amarela. “Na verdade, a gestante deve evitar viajar para zonas endêmicas de doenças”, aconselha Hernandez. “Caso não tenha outra opção, ela deve verificar com seu obstetra os riscos da imunização e de outros métodos para a profilaxia das doenças locais”, completa.
Levar atestado médico
As companhias aéreas costumam exigir atestado médico para liberar o embarque de gestantes. A passageira deve ter em mãos o documento que libera a viagem tanto na ida quanto na volta do destino.
Não esquecer os medicamentos
Também é preciso carregar na mala de mão os medicamentos prescritos pelo médico para todos os tipos de sintomas leves que podem acontecer durante a viagem, como náuseas. Vale lembrar, ainda, que nem todos os remédios que a gestante está acostumada a usar poderão estar disponíveis em outras localidades.
Fazer seguro-viagem
Antes de viajar, a gestante deve contratar um seguro, para não ter surpresas diante de qualquer tipo de eventualidade. “É preciso deixar o contato da seguradora sempre à vista, para verificar qual serviço médico deve procurar no destino, caso seja necessário”, orienta Hernandez.
Checar o regulamento da companhia aérea
Cada empresa aérea apresenta uma política específica para o embarque de gestantes. Então, antes de comprar a passagem, o ideal é verificar quais são as restrições, como deve ser o atestado médico e a partir de qual idade gestacional a viagem não é mais permitida sem a presença de um médico. Geralmente, essas informações ficam disponíveis nos portais das companhias aéreas, mas também podem ser adquiridas por meio do call center da empresa ou, em última instância, com a ajuda do agente de viagens.
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