Na Bolívia, turistas descem de bicicleta a assustadora Estrada da Morte
Em ruas e bares da cidade de La Paz, na Bolívia, não é raro ver estrangeiros vestindo orgulhosamente camisetas com os dizeres "Eu sobrevivi à Estrada da Morte".
Todas essas pessoas passaram por uma das experiências turísticas mais marcantes da América do Sul: percorrer, de bicicleta, a via que conecta a área conhecida como a La Cumbre, a cerca de 4.700 metros acima de nível do mar, à região do vale dos Yungas, a menos de 1.200 metros de altitude.
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Sim, no trajeto, que dura cerca de quatro horas, os viajantes descem mais de 3.500 metros, em um roteiro que começa cercado por montanhas nevadas da cordilheira dos Andes e termina envolvo por densas matas e cachoeiras.
Fazer este lindo percurso, entretanto, tem potencial para gerar enormes doses de adrenalina nos viajantes: grande parte da pista não é asfaltada e, em muitas partes, sua largura mal chega aos três metros.
Barreiras de proteção são praticamente inexistentes e, ao lado da estrada, cheia de curvas acentuadas, solos pedregosos e trechos desnivelados, surgem precipícios que chegam a ter 600 metros de profundidade.
As viagens são organizadas por agências turísticas de La Paz e costumam ser feitas na companhias de guias turísticos, que zelam pela segurança dos viajantes.
Pedalar pela região, entretanto, é se ver constantemente dividido entre o impulso de admirar as imponentes paisagens montanhosas que cercam a estrada e a necessidade de manter constante concentração no guidão das bicicletas, que, na descida, atingem 50 quilômetros por hora.
Qualquer acidente tem boas chances de terminar em fatalidade.
"Mais perigosa do mundo"
A Estrada da Morte não tem este nome à toa. Chamado por muita gente de "a rodovia mais perigosa do mundo", o local já foi cenário de diversos acidentes fatais envolvendo veículos motorizados (e também ciclistas estrangeiros).
Aproximadamente duas dezenas de turistas já morreram ao descer a via de bicicleta e, ao longo do percurso, é possível ver cruzes marcando o local de acidentes que terminaram em óbito.
A maioria dos viajantes, entretanto, consegue sair ileso da aventura e com imagens inesquecíveis registradas na mente: ao serpentear pela rodovia, os participantes passam ao lado de cachoeiras, cruzam zonas de espessa mata cobertas por neblina e param em mirantes que oferecem vista privilegiada para o verdejante vale dos Yungas.
O clima também muda: se, no começo do percurso, na Cumbre, o ambiente costuma ser muito frio e seco, lá embaixo, nos Yungas, a atmosfera fica menos gélida e mais úmida.
Quase todos fazem uma parada clássica em uma curva fechada que fica sobre um abismo para tirar uma das mais marcantes fotografias do passeio (como pode ser visto na imagem ao lado). Também há pit-stops para a revisão das bicicletas. São diversas as oportunidades para os participantes pararem para respirar com tranquilidade, fazerem grandes fotos e reforçar o foco para não rolar ladeira abaixo.
A experiência tem momentos assustadores, mas, no final, o viajante se sentirá tão recompensado que, provavelmente, irá também exibir uma camiseta de sobrevivente da Estrada da Morte pelas ruas de La Paz.
Agências
A cidade de La Paz é o melhor lugar de onde organizar o passeio de bicicleta pela Estrada da Morte.
Há diversas agências que realizam o tour nos arredores da Basílica de San Francisco, no centro da metrópole boliviana. Estas empresas costumam levar os turistas de van até a área de La Cumbre e, lá, fornecem as bicicletas para a descida até o vale dos Yungas.
Antes de começar a viagem, peça dicas detalhadas para o seu guia sobre como percorrer o trajeto da maneira mais segura possível. Ninguém é obrigado a ir mais rápido do que suas possibilidades. Deixe isso claro para a pessoa que estiver conduzindo o seu passeio.
Muitas agências oferecem alimentação e até acesso a piscinas e chuveiros de estabelecimentos hoteleiros dos Yungas no final do tour. Pergunte, nas agências pesquisadas, se elas oferecem estes benefícios.
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