Conheça o casal com mais de 60 anos que vendeu tudo para viajar o mundo
Em 2012, os norte-americanos Michael e Debbie Campbell levavam uma vida bem comum para os padrões dos Estados Unidos: casados há décadas, eles tinham uma casa, carros, um barco e estavam prestes a entrar em uma aposentadoria tranquila.
Porém, instigados por histórias de viagem contadas por sua filha, que havia acabado de retornar da Europa, ambos tomaram uma decisão impensável para muitas pessoas de idade avançada: resolveram vender o seu patrimônio e cair na estrada para explorar o mundo.
"Naquele momento, ainda não sabíamos muito bem o que iríamos fazer quando estivéssemos aposentados", conta Michael, que trabalhava com marketing e hoje tem 72 anos. "Então, decidimos trocar nossos bens materiais por experiências de vida".
Em julho de 2013, ambos deixaram suas raízes na cidade de Seattle e deram início a uma viagem que ainda está longe de acabar: nestes seis anos, o casal já visitou mais de 80 países (como Croácia, Rússia, Japão, China, Cuba e Brasil) e passou mais de 1.000 noites em cerca de 170 imóveis do Airbnb (o meio de hospedagem preferido dos dois) ao redor do planeta.
"Vamos continuar viajando enquanto estivermos aprendendo, nos divertindo e tivermos saúde", afirma Debbie, que era designer gráfica nos Estados Unidos e hoje está com 62 anos.
Mas é fácil largar tudo e sair explorando o mundo desta maneira?
Michael diz que eles tiveram que montar um planejamento financeiro detalhado para realizar a viagem e fazer durar o dinheiro amealhado com a venda de suas propriedades. Mas, segundo seus relatos, trata-se de uma empreitada possível para muita gente.
"Seguimos diariamente algumas metas de despesas", conta ele. "Por exemplo: atualmente tentamos gastar, no máximo, 90 dólares por diária de hospedagem no Airbnb. Mas é impressionante a quantidade de ótimos imóveis que você pode encontrar pagando este preço".
"E, pelo fato de não termos mais uma residência fixa, perdemos a vontade de gastar dinheiro com muitas coisas. Não faz sentido, por exemplo, comprar objetos de decoração para a casa no meio de nossas viagens. Hoje, gastamos mensalmente quase que a mesma quantia de dinheiro que gastaríamos vivendo e pagando nossas contas em Seattle".
E, mesmo economizando aqui e ali, o casal tem conseguido fazer uma jornada confortável e cheia de passeios.
No sul da França, eles dormiram em um estiloso barco no meio do mar Mediterrâneo. Na África do Sul, realizaram um dos famosos safáris pelo interior do país de Nelson Mandela. E, no Brasil, foram assistir a um jogo de futebol no Maracanã.
E o melhor: eles não perderam contato com os entes queridos por causa desta empreitada. Frequentemente, os filhos dos dois se juntam a eles em algum país distante do mundo para uma viagem em família (e ambos retornam a Seattle com frequência para reencontrar familiares e amigos que ficaram por lá).
Países preferidos
E quais são os países preferidos destes dois experientes viajantes?
Não por acaso, Debbie cita nações que têm lindas praias, como México, Itália e Croácia.
Ela também diz que se surpreendeu com a América do Sul. "Gostei muito de Lima, no Peru. É uma cidade econômica e com excelentes restaurantes".
Na capital peruana, o casal conta que se encantou com o passeio de bicicleta entre as regiões de Miraflores e Barranco, através de uma ciclovia que fica acima do oceano Pacífico.
A Tanzânia, um dos melhores lugares para admirar a vida selvagem na África, também foi um dos destaques da jornada até o momento.
Mas, mesmo viajando com conforto, o casal já passou por pequenos perrengues. Ao sair para passear pelo Rio de Janeiro, por exemplo, eles foram orientados a descer na estação de metrô Uruguaiana (na região central da capital fluminense), mas acabaram se confundindo e indo parar na estação Uruguai, um tanto longe dali.
No Japão, foram surpreendidos por um terremoto.
E, em 2018, eles tiveram que encarar nada menos do que 22 horas de viagem e cinco meios de transporte para ir da vila de Skradin, na Croácia, até a ilha de Sardenha, na Itália.
E existe a preocupação com o momento em que a aventura acabar. "Às vezes fico pensando no que vamos fazer quando estivermos com a idade muito avançada, não conseguirmos mais viajar tanto e tivermos que nos adaptar à rotina de algum lugar. Será uma grande mudança para nós".
Porém, com um espírito nitidamente jovial, ambos devem demorar para atingir o momento da "aposentadoria" do mundo das viagens.
"Para nós, conhecer uma nova cidade ainda é como abrir uma caixa de bombons", diz Michael. "Queremos continuar fazendo isso por muito tempo".
Para acompanhar a viagem dos dois, é só seguir o blog deles: seniornomads.com/blog
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