Ilha do Diabo é lugar vizinho ao Brasil com passado assustador; conheça
O litoral brasileiro é cheio de cidades e balneários com nomes de santos: há São Vicente, Cabo de Santo Agostinho, vila de Santo André. Mas você sabia que, ao lado do território verde e amarelo, há um lugar chamado Ilha do Diabo?
Trata-se de um pedaço de terra cercado pelo Oceano Atlântico, que faz parte da Guiana Francesa e que tem uma história um tanto assustadora.
Entre o século 19 e os anos 1950, a ilha foi usada como parte de uma temidíssima colônia penal. Para lá era enviada gente que havia cometido crimes em território francês.
O cárcere que esperava por estas pessoas, por sua vez, constituía uma verdadeira franquia do inferno na Terra.
O complexo prisional era assolado por um calor insuportável, infestado de doenças tropicais, com celas precárias e guardas que dispensavam um tratamento duríssimo aos detentos (e que, por causa da farta vegetação que domina seu terreno, já foi apelidado de "inferno verde").
A água que o rodeia era temida por causa de seus tubarões. Escapar de lá era tarefa quase impossível.
Lugar turístico
A Ilha do Diabo fazia parte de um grande complexo carcerário que também abrangia outras ilhas (como a ÎIe Royale) e trechos do continente da Guiana Francesa.
A colônia penal foi desativada em 1953. Atualmente, a Ilha do Diabo não costuma estar aberta a forasteiros, por causa das fortes correntes marítimas que a cercam.
Os tours se concentram na Île Royale (ou, em português, Ilha Real), onde ficavam setores administrativos e, também, diversas celas. Muitas destas edificações são abertas para visitantes.
De lá, é também possível ver a Ilha do Diabo, observar sua paisagem coberta por coqueiros e ainda pontuada por construções que foram usadas para aprisionar condenados.
Durante o passeio, os viajantes também escutam histórias interessantes. Um dos relatos envolve um homem chamado Henri Charrière, que, nos anos 1930, após ser condenado por assassinato na França, foi enviado como prisioneiro para o complexo da Ilha do Diabo.
Charrière, entretanto, conseguiu escapar de lá, em uma história épica que gerou um livro e um filme estrelado por Steve McQueen e Dustin Hoffman (ambas as obras se chamam "Papillon"). Ele teria usado cocos para montar uma espécie de boia e flutuar para longe.
Outro destaque do destino é ver como a natureza tomou conta de grande parte das ruínas: vegetação tropical cobre diversas das construções, lindos pássaros exóticos voam no céu para lá e para cá e macacos se penduram nas árvores.
Como chegar
Uma das maneiras mais utilizadas para ir até lá é com navios de cruzeiro que viajam entre a América do Sul e o Caribe e que, no trajeto, ancoram na Guiana Francesa (Oceania Cruises e Princess Cruises estão entre as companhias que fazem este roteiro).
Também dá para realizar passeios pela área organizados por agências de turismo que operam na Guiana Francesa.
E, na ÎIe Royale, há um hotel chamado Auberge des Îles, ideal para quem quiser passar mais de um dia por lá.
Calcula-se que mais de 70 mil pessoas foram prisioneiras no complexo penal da Guiana Francesa.
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