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Mesmo sem ser sede da Copa, Belém se prepara para receber turistas

Estação das Docas é uma das principais regiões gastronômicas de Belém - Marcelo Soares/UOL
Estação das Docas é uma das principais regiões gastronômicas de Belém Imagem: Marcelo Soares/UOL

Waldheim García Montoya

02/11/2013 05h58

A cidade de Belém está se preparando para ser um destino turístico alternativo durante a Copa do Mundo de 2014, apesar de não ter sido escolhida como uma das sedes do evento.

A metrópole com dois milhões de habitantes localizada na baía de Marajó e próxima à foz do rio Amazonas é, sem dúvidas, a capital da região com o maior número de fãs de futebol, ainda que Paysandu e Remo estejam distantes há muito anos da primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

"É muito triste que, com equipes que levam 50 mil torcedores a uma partida da terceira divisão e do Campeonato Paraense, tenham excluído Belém da lista das 12 sedes do Mundial", disse à Agência Efe o taxista e membro de uma das torcidas organizadas do Remo, Julio Cavalcante.

O Governo Federal e a Fifa optaram por Manaus na hora de escolher uma cidade-sede na região Norte.

Os moradores da cidade acreditam ter sido prejudicados por interesses alheios ao futebol, pois, na opinião de muitos, para os organizadores contou mais o poder político e econômico de Manaus, polo industrial, mas sem tradição no futebol.

"Aqui no Pará temos uma torcida que supera a das grandes cidades do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde os torcedores escolhem o nível do rival para ir aos estádios. Está provado que as equipes de Belém atraem um público maior", afirmou Cavalcante.

O biólogo Marcos Junqueira lembrou que "o Amazonas não deu grandes jogadores ao país, enquanto no Pará, temos agora gente que se destaca em grandes equipes como Paulo Henrique Ganso (do São Paulo)".

Apesar da frustração dos torcedores paraenses, Belém se prepara para receber durante a Copa os visitantes que chegarão a essa parte do Brasil atraídos pelos encantamentos da Amazônia, além da culinária típica da região, com uma grande variedade de frutas, peixes e sopas.

O açaí, original do Pará, lidera uma extensa lista de frutas tropicais, que se soma aos peixes, como o tambaqui, principal expoente na gastronomia paraense.

"O Brasil é rico em frutas e recursos naturais que todos os estrangeiros querem conhecer, e cada região vai mostrar seu melhor no Mundial, mas Belém do Pará tem um prestígio culinário digno de ser reconhecido pelo paladar dos visitantes", garantiu a promotora de turismo Jamile Freitas.

Segundo Jamile, "a atual capacidade hoteleira não é a ideal para ser sede de um Mundial, mas, como está agora, suporta a forte demanda de turistas que queiram dar uma escapada antes, durante ou depois da Copa para levar consigo uma lembrança da Amazônia".

Belém possui também seus mercados municipais, ricos em uma infinidades de plantas medicinais da cultura indígena amazônica; os restaurantes com seus menus em inglês e espanhol, e abre espaço para a beleza da cidade, com edifícios antigos da época da colonização e modernos projetos urbanísticos.

O tradicional mercado Ver-o-Peso; a remodelada estação portuária das Docas, com seus famosos restaurantes e música ao vivo, e os parques públicos, como o da República e o Batista Campos, considerado por muitos o mais bonito do país, "poderão agora ser fotografados por mais estrangeiros", ressaltou Jamile.

No ritmo do carimbó, a dança mais popular da região, os paraenses esperam poder mostrar aos visitantes que Belém tem outros atrativos além do futebol.