Brasil redescoberto sobre trilhos: conheça a magia do turismo de trens
Atravessar uma montanha coberta por florestas, apreciar paisagens rurais que lembram a origem do Brasil ou escutar o assobio de uma locomotiva anunciando sua chegada a uma estação são alternativas possíveis nas 34 linhas de ferrovias turísticas em operação no Brasil.
É o chamado "turismo de trens", uma aposta que já conta com mais de 30 composições por todo o país e três milhões de passageiros por ano, um número que pode aumentar ainda mais.
A viagem na "Maria Fumaça" que liga Campinas a Jaguariúna, em São Paulo, começa tendo como trilha sonora um xote com acordeão, surdo e matraca tocados pela banda Nostalgia Musical. O trajeto dura cerca de uma hora e meia, praticamente o mesmo tempo que a rota do "Trem das Águas", em São Lourenço (MG), onde estes passeios de trem com uma quase centenária locomotiva rumo a Soledade de Minas, às margens do Rio Verde, já se tornaram uma atração turística e histórica.
A antiga ferrovia foi projetada e construída na Inglaterra há 115 anos e foi utilizada pelo imperador Dom Pedro II, que buscava o ameno clima mineiro e as saudáveis águas minerais da região.
"Minha vida é o trem, é uma pena que não se incentive mais este tipo de transporte como alternativa turística e cultural no Brasil, porque assim as pessoas se preocupariam com a preservação da história", afirmou à Agência Efe Joel da Silva, foguista da locomotiva.
Para potencializar a dimensão turística do transporte ferroviário no Brasil, o Sebrae iniciou em 2002, junto com a Associação Brasileira das Operadoras de Trens Turísticos e Culturais (Abottc), o projeto "Trem é Turismo".
Segundo Geraldo da Costa, analista do Sebrae, o país tem capacidade para dobrar o número deste tipo de composições e triplicar a quantidade de usuários em dez anos. Como estímulo para atingir esta meta, a iniciativa conta ainda com o único trem de luxo do Brasil, o Litorina. A estação de embarque fica em Curitiba, e a seguir começa o passeio que passa pela Serra do Mar até chegar à cidade de Morretes, conhecida por suas plantações de banana e uma famosa receita gastronômica, o barreado.
"Minha esposa e eu já fizemos vários passeios de trem pela Itália e até pelo Alasca, e o Litorina não deixa em nada a desejar", contou à Agência Efe Gilberto Tassinari, de 71 anos, que aproveitou o final de semana para fazer o passeio. Com dois vagões, chamados Foz e Copacabana, e uma decoração que remete aos anos 20 e 30, o trem se inspira na época de ouro das linhas férreas brasileiras.
Os passeios de trem conseguem preservar o encantamento de antigamente, com poltronas acolchoadas, adornos de ferro e lâmpadas em estilo europeu que proporcionam uma viagem no tempo através da história. Os horários e preços das passagens variam em função da itinerário e das distâncias, mas, se reservados com antecipação, há opções para todos os bolsos.
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