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Problemas com atrasos não vão afetar resultado, diz Gol

Alberto Alerigi Jr.

10/08/2010 14h00

SÃO PAULO (Reuters) - A companhia aérea Gol acredita que seus resultados de terceiro trimestre não trarão impacto relevante decorrente dos atrasos e cancelamentos de mais de 300 voos no final de julho, afirmaram executivos da empresa nesta terça-feira.

A companhia, que divulgou prejuízo líquido de R$ 51,9 milhões para o segundo trimestre ante lucro de R$ 353,7 milhões no mesmo período de 2009, informou que os problemas que originaram os atrasos e cancelamentos foram totalmente resolvidos e não espera uma repetição da crise nos próximos meses.

"Não estamos dizendo que foi bom, mas em termos relativos não vai gerar impacto relevante. Nós fazemos, em média, 25 mil voos por mês", afirmou o vice-presidente financeiro da Gol, Leonardo Pereira, em teleconferência com jornalistas.

Pedindo desculpas aos clientes, o presidente da Gol, Constantino de Oliveira JrJr., afirmou que a empresa, segunda maior companhia aérea do país, não espera que sua posição de mercado sofra alteração significativa no terceiro trimestre, ressaltando que no começo do ano a empresa esteve entre as mais pontuais do país.

A crise ocorrida entre o final de julho e começo de agosto fez a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) definir multa de R$ 2 milhões sobre a Gol. O presidente da companhia não comentou a decisão da agência reguladora, afirmando que a empresa ainda não recebeu notificação sobre a punição.

"Os números operacionais modestos da Gol não absorveram as despesas financeiras e a linha final (lucro) veio negativa", afirmou em relatório a Itaú Securities. "Esperamos uma reação neutra do mercado hoje."
Alta na previsão

Depois do prejuízo no segundo trimestre, a Gol elevou sua expectativa de crescimento da demanda no mercado doméstico este ano diante de uma estimativa mais otimista de expansão da economia brasileira.

A companhia elevou a previsão de alta do mercado brasileiro de passageiros de 12,5% a 18% para 14% a 21%. A estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2010 foi revisada pela empresa de 5% a 6% para 6% a 7%.

Dados da Anac apontam para uma alta de 27,6% no tráfego aéreo de passageiros no primeiro semestre na comparação anual.

Segundo Constantino Jr. o resfriamento no tráfego ocorrido no final de junho foi parcialmente impactado pela Copa do Mundo, mas "agora percebemos uma recuperação (...) o mês de agosto é um mês de baixa na demanda, mas mesmo assim a gente percebe sinais positivos de reação da demanda, o que nos leva a revisar a projeção de crescimento do mercado".

Apesar da revisão na estimativa de demanda, a Gol manteve suas projeções de frota, passageiros e yield (um índice relativo a preços de tarifas) inalteradas.

A companhia prevê encerrar 2010 com frota de 111 aeronaves, com 31,5 milhões a 36,5 milhões de passageiros transportados e yields entre R$ 0,195 e R$ 0,21 centavos de real. A expectativa para taxa de ocupação das aeronaves é de 70%, ante 66% em 2009. O índice entre abril e junho ficou em 61,1%.