Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O Vampiro de Niterói: o crime que chocou o país
Você se lembra quem foi o Vampiro de Niterói? As pessoas que acompanharam os noticiários no início da década de 90 certamente se chocaram com os crimes cometidos por um dos maiores serial killers do Brasil.
A história de Marcelo Costa de Andrade parece um filme de terror, mas infelizmente é real. Até hoje, o caso suscita diversas reflexões: como alguém é capaz de assassinar 14 crianças? Qual a resposta da Justiça? Esse tipo de assassino pode voltar às ruas?
Neste artigo, vamos relembrar os crimes, seus desdobramentos e abordar como está Marcelo, o Vampiro de Niterói, nos dias de hoje.
Veja também como conferir as principais entrevistas, relatos e detalhes das investigações no documentário exclusivo do UOL Play sobre o caso!
AVISO: O conteúdo a seguir pode ser sensível para algumas pessoas.
Quem é o Vampiro de Niterói?
Antes de se tornar o Vampiro de Niterói, Marcelo Costa de Andrade teve uma infância extremamente conturbada na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Além das dificuldades financeiras da família, ele via seu pai abusar da mãe quase todos os dias. Tentando afastar o filho desse ambiente abusivo, ela chegou a mandá-lo para morar com os avós durante um período no Ceará.
O problema é que os dois o batiam muito. Depois, quando retornou à sua cidade de origem, ele encontrou seus pais divorciados. Foi aí que novos problemas começaram: os novos companheiros do pai e da mãe eram violentos com Marcelo.
Na mesma época, ele foi vítima de abuso sexual. Depois de apresentar desvios de conduta, foi mandado para a Casa dos Meninos, onde sofria bullying dos colegas.
Marcelo saiu do internato aos 14 anos e teve uma vida relativamente normal até os 25 anos. Na vida adulta, começou a namorar, frequentar cultos evangélicos e a trabalhar. Foi quando ele finalmente parecia ter estabilidade que seus assassinatos chocantes começaram.
Início das investigações
O caso Marcelo Costa de Andrade, o Vampiro de Niterói, teve início por causa da morte de um menino de 6 anos de idade em 1991. Ele foi encontrado dentro de um esgoto, vestindo apenas sua bermuda.
No início, os investigadores achavam que era um afogamento. Contudo, a autópsia revelou violação sexual e assassinato por asfixia. Foi quando o irmão do garoto revelou que um homem havia os abordado e tentado os molestar, e que apenas ele conseguiu fugir.
Depois de reconstruir o caso e investigá-lo, a polícia chegou até Marcelo. Ele confessou a autoria sem nenhuma hesitação. Além de não demonstrar remorso, ele ainda ironizou os policiais, afirmando que eles foram lentos para encontrá-lo.
Durante a confissão, o Vampiro de Niterói assumiu ser responsável pela morte de outras 13 crianças. Ao todo, foram 14 vítimas de 6 a 13 anos. Todos os crimes ocorreram entre os meses de abril e dezembro de 1991.
Velas para São Jorge
Marcelo fez sua primeira vítima quando voltava do trabalho. O crime foi em abril de 1991, quando ele encontrou um garoto vendendo doces na rua e decidiu abordá-lo.
Ele ofereceu um prato de comida e cerca de 4 mil cruzeiros para que o menino o ajudasse em um suposto ritual.
O Vampiro de Niterói queria que a vítima fosse até um altar para acender velas para São Jorge. Eles pegaram um ônibus juntos até as proximidades do Viaduto do Barreto, que fica na divisa entre Niterói e São Gonçalo.
Chegando lá, Marcelo levou a vítima até um matagal próximo de uma praia deserta. Lá, tentou abusar da criança. Contudo, ela resistiu e acabou sendo morta. Foi a partir disso que sua trajetória de psicopatia começou e se estendeu por longos 8 meses.
Por que o nome de Vampiro de Niterói?
O apelido macabro de Marcelo Costa de Andrade, o Vampiro de Niterói, surgiu depois do depoimento que ele deu à polícia confessando seus crimes. Ele passou a ser chamado dessa maneira porque afirmou que bebia o sangue de suas vítimas.
Esse comportamento sádico começou no seu segundo assassinato. De acordo com os relatos do próprio serial killer, ele o repetiu por diversas vezes. Afirmando que "vampiros não existem", ele falava que tomava o sangue para ficar jovem e bonito como as crianças que matou.
As atitudes macabras de Marcelo e a frieza com que ele as descreve tornaram seus crimes mais notórios. Ele faz parte da lista nada honrosa de serial killers famosos do Brasil, e seu julgamento rende discussões até os dias de hoje.
Julgamento e condenação
Após as confissões, o Vampiro de Niterói foi atribuído a 14 homicídios, sendo que 8 deles foram confirmados pela polícia. Depois, Marcelo foi submetido a exames psicológicos, que constataram que ele tinha distúrbios mentais.
Considerado irresponsável pelos seus crimes, ele não foi julgado como uma pessoa comum. Ao invés disso, foi enviado diretamente para um manicômio judiciário em 1993. Ele cumpre pena neste modelo até os dias de hoje.
Marcelo chegou a fugir do hospital psiquiátrico de Heitor Carrilho, no Rio de Janeiro, em 1997. Contudo, foi recapturado 12 dias depois. Ele foi encontrado na cidade de Guaraciaba do Norte, no Ceará (justamente onde passou um período da infância com seus avós).
Atualmente, ele vive no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Henrique Roxo, que fica no centro de Niterói. Ao todo, seis psiquiatras já o avaliaram. Até agora, todos os especialistas concluíram que ele não pode ser reintegrado à sociedade.
Como está o Vampiro de Niterói hoje?
O Vampiro de Niterói está com 55 anos. Ele continua falando com um tom orgulhoso sobre os crimes que cometeu. Além disso, os médicos psiquiatras observam um mentalidade infantilizada no assassino.
Em 2017, o caso ganhou um novo capítulo. A defesa de Marcelo tentou soltá-lo no regime semiaberto. Contudo, com base nos laudos do assassino, a promotora responsável constatou que sua condição é incurável e que ele não tem nenhuma consciência do que é certo ou errado.
No ano passado, alguns sites chegaram a noticiar que ele seria solto em dezembro de 2021, considerando uma jurisprudência do STF. Contudo, isso está atrelado ao sensacionalismo com que o caso ainda é tratado, até porque a soltura não aconteceu.
Na verdade, Marcelo "poderia" ganhar liberdade nesta data. Entretanto, isso depende de um parecer favorável do hospital psiquiátrico. Nesse sentido, basta observar que os especialistas responsáveis já afirmaram repetidamente que ele não pode ser solto sob hipótese alguma.
O tempo mínimo de reclusão nos manicômios é de 3 anos, e não há tempo máximo. Isso significa que, em muitos casos, ficar em uma dessas instituições é o mesmo que receber prisão perpétua.
Todos os anos, os internos são avaliados. O laudo é analisado por um juiz, que os solta apenas se tiver certeza de que eles não são perigosos para a sociedade. Considerando todo o histórico jurídico do caso, essa não é a situação de Marcelo e ele certamente não será solto.
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