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Entenda de uma vez por todas a greve de roteiristas!
Imagine trabalhar duro numa indústria que lucra milhões, mas sofrer com a privação de seus direitos e ganhos justos? É exatamente isso que está acontecendo na greve dos roteiristas de Hollywood!
Muitas pessoas podem não entender os motivos que levaram roteiristas e atores a paralisarem suas atividades. Com certeza alguém já reclamou algo do tipo: "ah, porque minha série preferida vai atrasar".
Sim, com certeza! Diversos filmes e séries serão afetados e você vai passar pelo incômodo de esperar um pouco mais para assistir suas produções preferidas.
Mas pare por um momento e pense nos profissionais que realizam essas obras audiovisuais. Será que eles têm boas condições de trabalho? Sabe se eles têm oportunidades de emprego e remunerações justas?
Essa greve é uma chamada de atenção para todos nós! Afinal, o cinema é uma forma de arte que deve valorizar e tratar justamente todos seus criadores.
Afinal, por que foi declarada a greve dos roteiristas?
Tudo começou quando o Sindicato de Roteiristas (WGA) anunciou a paralisação das atividades em 2 de maio deste ano. No mês seguinte, em 13 de julho, o Sindicato de Atores (SAG - AFTRA) juntou-se ao movimento e deu coro às demandas dos roteiristas.
A greve surgiu justamente porque os contratos dos profissionais estão desatualizados em uma era totalmente nova para a indústria cinematográfica!
A paralisação foi declarada justamente porque as negociações com a AMPTP (Aliança de Produtores de Cinema e Televisão, em tradução livre) foram insatisfatórias. A associação representa grandes players do mercado, como a Disney, a Warner, a Netflix, entre outras.
Tanto a greve de roteiristas quanto a dos atores e atrizes trazem alguns pontos em comum em suas demandas. Transparência das plataformas de streaming e regulamentação do uso de Inteligência Artificial (IA) estão entre as principais pautas do movimento.
Confira algumas das principais pautas da greve dos roteiristas, atores e atrizes de Hollywood:
Revisão de pagamentos residuais por streaming
É, nada mais nada menos, que o valor pago pelo direito de exibir um conteúdo novamente após o lançamento inicial, seja ele um filme, uma série ou um programa de televisão.
Para você ter ideia, a atriz Kimiko Glenn, que interpreta Brook Soso em Orange is the New Black (2013 — 2019), compartilhou nas redes sociais que ganhou menos de US$ 30 dólares de pagamentos residuais anuais pela sua participação na série. Chocante, né!
E foi justamente com a chegada do streaming que essa situação piorou ainda mais!
As plataformas tendem a pagar menos e não respeitar acordos por popularidade, o que afeta os benefícios financeiros da equipe. O cálculo dessa porcentagem depende justamente das negociações entre estúdios e sindicatos.
Inclusive, uma das causas desse problema é a falta de transparência das plataformas em divulgar dados reais sobre a exibição de seus conteúdos (como o YouTube, por exemplo).
Pense bem, você trabalharia sem receber pagamento justo pelas suas criações? Os atores e roteiristas têm enfrentado dificuldades com os ganhos residuais, recebendo um valor fixo extremamente baixo, independente do sucesso de suas produções.
Por isso, a paralisação defende ganhos proporcionais à popularidade de cada projeto. Afinal, nada mais justo que o talento deles seja recompensado de acordo com o impacto do seu trabalho na audiência, não é mesmo?
Aumento de salários
Imagine você trabalhando duro em um projeto que você ama, mas sendo constantemente desvalorizado e recebendo menos do que merece. É uma situação frustrante, não é mesmo?
Os roteiristas enfrentam essa realidade com a queda de 23% em seus salários ajustados pela inflação ao longo da última década.
Tanto atores quanto roteiristas buscam remunerações ajustadas à inflação e ao sucesso internacional de suas produções. Isso justamente para acompanhar o custo de vida nas grandes cidades onde as produções acontecem.
E você sabia que grandes astros e estrelas de Hollywood representam apenas uma pequeníssima parcela da categoria de profissionais da atuação? O mesmo vale para os roteiristas que saem da bolha do anonimato e tornam-se reconhecidos pelo público.
Para se ter ideia, o SAG tem mais de 160 mil membros ativos, sendo sua maioria composta por rostos desconhecidos. Sim, aqueles figurantes que são pessoas comuns e trabalham para sustentar os custos básicos do dia a dia, como aluguel e alimentação.
Inclusive, a atriz Jéssica Chastain explicou nas redes sociais que 87% dos membros do sindicato ganham menos de US$ 26 mil dólares por ano — o que equivale a aproximadamente US$ 2 mil dólares por mês.
E, com esse valor, essas pessoas não conseguem nem ter acesso a um plano de saúde nos Estados Unidos. Lembre-se que o Sistema Único de Saúde (SUS) é exclusividade do Brasil, ok?
Regulamentação de uso de IA
E tem mais! A utilização de Inteligência Artificial também está no centro das discussões.
Os atores temem que suas imagens sejam replicadas por IA sem seu consentimento, o que poderia prejudicar não só suas carreiras, mas também a dos figurantes que podem ser facilmente substituídos digitalmente.
Já os roteiristas pedem regulamentação para evitar que ferramentas de IA substituam trabalhos como a criação, revisão e tradução de roteiros.
Ampliação das salas de roteiristas
Os roteiristas desejam garantir pelo menos dez semanas de trabalho e receber uma bonificação de 25%, acabando com a prática de contratar grupos de roteiristas para projetos e dispensá-los antes da produção ser aprovada.
2007 vs 2023: Quais as principais diferenças entre as greves?
Você se lembra da greve dos roteiristas de 2007, que trouxe muitos problemas para séries e filmes, como cortes nas temporadas e projetos abandonados?
Pois bem, agora em 2023, o movimento ganha ainda mais força! Isso porque em mais de 60 anos, esta é a primeira vez em que as duas categorias entram em greve ao mesmo tempo.
Enquanto em 2007 os roteiristas reivindicavam royalties sobre a venda de DVDs e outras formas de "novas mídias", hoje eles buscam uma participação mais justa nos lucros gerados pelas plataformas de streaming.
Lembre-se que, em 2007, o streaming ainda estava engatinhando. Agora, as plataformas que exibem esse conteúdo se tornaram grandes players na indústria do entretenimento.
Outro ponto de diferença está relacionado ao modelo de produção. Em 2007, as temporadas de séries de TV eram mais longas, geralmente com 22 a 24 episódios, e havia uma obrigatoriedade anual para o lançamento de novas temporadas.
Atualmente, as séries de streaming geralmente têm temporadas mais curtas, com 8 a 12 episódios, e não há mais uma obrigatoriedade anual para o lançamento delas.
Isso afeta a remuneração dos roteiristas, que recebem menos por cada trabalho e podem ficar sem trabalhar por períodos muito mais longos!
Além disso, em 2007, nem imaginava-se a possibilidade de perder seu emprego para uma máquina. Hoje, o avanço da Inteligência Artificial já impacta milhares de pessoas, reduzindo as oportunidades de trabalho e remuneração.
Em resumo, a greve dos roteiristas 2023 está fortemente relacionada às mudanças tecnológicas e de modelo de negócios na indústria do entretenimento.
Saiba quem está prestando apoio à luta!
A greve dos roteiristas de Hollywood tem recebido o apoio de diversos atores renomados da indústria cinematográfica. Entre eles, estão nomes como:
Mark Ruffalo, conhecido por suas atuações em filmes como Os Vingadores (2012) e Spotlight - Segredos Revelados (2015);
George Clooney, famoso por seus papéis em produções como Onze Homens e um Segredo (2001) e Gravidade (2013);
Jack Quaid, que ganhou destaque na série The Boys (2019 — 2022);
Bob Odenkirk, conhecido por interpretar o icônico Saul Goodman em Breaking Bad (2008 — 2013) e Better Call Saul (2015 — 2022);
Jenna Ortega, atriz que protagonizou o sucesso Wandinha (2022);
Jamie Lee Curtis, a eterna Laurie Strode da franquia de terror Haloween e vencedora do Oscar pelo filme Tudo em Todo o Lugar Ao Mesmo Tempo (2022).
Como as produções de Hollywood serão afetadas pelas greves?
A greve dos roteiristas de Hollywood já está causando um gigantesco impacto nas produções e praticamente todas as filmagens pararam. O efeito foi realmente dominó!
Filmes importantes como Deadpool 3, Mortal Kombat 2 e Gladiador 2 já foram afetados e suspenderam suas atividades.
A cerimônia do Emmy, que premia os melhores da TV e streaming, será provavelmente adiada. Sem os roteiristas, o evento não poderá ser planejado e os atores não poderão participar.
Os projetos em fase de pós-produção podem continuar, mas sem a presença do elenco para ajudar na divulgação.
Filmes como Besouro Azul e séries como The Witcher terão que ser promovidos pelos estúdios sem a participação dos astros nos eventos, nas entrevistas e nas redes sociais. Pois é, os estúdios terão que se virar para divulgar as produções!
Um exemplo disso aconteceu na estreia de Oppenheimer, onde o elenco deixou o tapete vermelho em apoio à greve. Isso só mostra como atores e roteiristas estão unidos em suas reivindicações!
Essa greve vai afetar toda a indústria do entretenimento e as produções de Hollywood terão que se adaptar a essa nova realidade. O futuro das filmagens e das premiações está incerto enquanto a greve continua.
Luz no fim do túnel
Porém, indo de encontro a pausa dessas grandes produções citadas anteriormente, o SAG aprovou 39 exceções, permitindo a continuidade das gravações perante a greve.
Essa "colher de chá" foi dada principalmente para produções independentes como dois longas da A24 que apesar do sucesso nos últimos tempos, ainda é uma produtora independente, além de não ser afiliada à Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP)!
Alguns desses 39 filmes liberados, ainda estão em pré-produção ou nas primeiras filmagens, enquanto outros já estão na pós-produção e aproveitaram da isenção para divulgar os lançamentos nos eventos promocionais.
Unidos vencerão? Acompanhe tudo sobre a greve de roteiristas com o UOL Play!
Embora haja muitos outros lugares onde se cria conteúdo audiovisual, não podemos negar que Hollywood é um dos principais berços dessa indústria, não é mesmo?
Com as greves simultâneas dos atores e roteiristas, é difícil prever o que acontecerá a seguir. O que podemos afirmar é que essa situação histórica no cinema levanta algumas questões:
Será que esse momento abrirá portas para outras produções fora de Hollywood? As grandes produtoras conseguirão lidar com a falta de profissionais e continuar entregando conteúdo de qualidade?
Bom, para saber tudo sobre as greves dos roteiristas e as consequências para a produção de filmes e séries, basta acompanhar o blog do UOL Play.
Fique por dentro e não perca nenhum detalhe desse momento histórico na indústria cinematográfica!
