Zeca Camargo entrevista Margareth Menezes e prepara uma casquinha de siri
Bruno Calixto
Colaboração para Nossa
01/08/2021 16h36
Em 30 anos de carreira, Margareth Menezes nunca concedeu entrevista a Zeca Camargo. Culpa dos desencontros de agendas, o que foi resolvido esta semana, no programa "Brasil com Zeca", exibido por Nossa, no Canal UOL.
"Nós temos sim a possibilidade de mostrar um país com legado maior e melhor onde cabe todo mundo. Ninguém mais vai morrer de fome, a gente vai potencializar nossas qualidades", afirma Margareth, diretamente da sua casa em Salvador, na Bahia.
Às vésperas do isolamento, ela estava saindo em turnê para divulgar seu disco mais recente — e 100% de autorais inéditas —, o "Autêntica", de 2019, com agenda cheia até o meio do ano.
"O que me resgatou da depressão na pandemia foram as lives", diz. "A gente achou que ia passar logo, que tristeza ver toda a Bahia, com toda sua pulsação, fechada."
Uma baiana que todo mundo conhece, a cantora lembrou na entrevista os sabores de infância (mariscos) e do começo da carreira no teatro. Antes disso, ela passou pelo teste de fogo do bate e volta:
Comida que só o baiano come: o caruru, a maniçoba, o sarapatel. Eu gosto muito das moquecas
Característica: facilidade de sair das angústias
Expressão: Ó pai, ó
Show, trio ou live: show, a gente faz em cima do trio também
Bahia ainda desconhecida de muitos: a região da Chapada Diamantina. Cidade dos Lençóis, Vale do Capão
Artista: Wagner Moura
O bate-papo de Zeca com Margareth foi regado a baianidades. A convidada da parte gastronômica é Tereza Paim, outra baiana arretada, empresária de sucesso reconhecida aqui e lá fora, dona de uma receita que faz todo mundo voltar ao seu restaurante: casquinha de siri.
"Às vezes me pego perguntando, qual a origem do siri, e deve ser na Bahia mesmo, porque aqui a gente anda tudo assim, agarradinho", comenta Tereza.
A ponte com Margareth tem sabor de infância. A artista lembra da mãe, que a pegava pelas mãos e a levava para mariscar. "Também lembro da moqueca de siri, ela catava e limpava. Na casa da minha avó, onde se fazia dendê, o bambá também ficou na memória, é a primeira nata que sai na fervura do dendê, que depois vira uma pasta."
O cheiro e o sabor do dendê ainda estão no ar quando uma das pioneiras da axé music descreve com a boca salivando o arroz de hauçá que pediu para a primeira prova do episódio 14 do "MasterChef" 2020. Uma receita tradicional africana que é popular no Nordeste, principalmente na Bahia, onde a cantora nasceu.
"Um tipo de arroz feito com leite de coco, camarão temperado com dendê e, ao redor, carne de sol frita com cebola."
Poucos sabem, mas Margareth Menezes começou a vida nos palcos, só que num de teatro. "Foi na escola, que abriu um grupo de teatro, meus personagens sempre cantavam."
De volta para o futuro, a dona da voz imortalizada por hits como "Dandalunda", "Faraó", "Pelourinho" e "Uma História de Ifa" não sabe a resposta de um milhão de dólares: vai ter ou não vai carnaval ano que vem?
"Não sei não. Esta situação da covid-19 tem variante, a lentidão da vacinação aqui, somos 217 milhões, ainda não somos 40% vacinados, não adianta esse negócio de (imunidade de) rebanho."
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