Zeca Pagodinho no Botequim da Teresa: "Na pandemia tomei de tudo, até água"
Durante a pandemia, o cervejeiro Zeca Pagodinho descobriu o vinho, mas tomou de um tudo, "até água", como confessa à Teresa Cristina, no episódio da semana do "Botequim da Teresa".
Convidado especial do programa, Zeca — que, segundo a anfitriã, é "o dono do Brasil" — lembrou, com detalhes, o início da carreira.
"Meu Botequim está em festa!", anuncia Teresa. "Você põe um hobby de veludo, cachecol e touca, e a sua foto ganha milhões de views. Ou então faz saquinho de Cosme e Damião, você tem um jeito que a sua linguagem chega a qualquer pessoa";
"Tem gente falando: 'pô, só isso para ele?'", inicia Zeca, sobre os cinco dias de quarentena impostos pela covid-19. O cantor ficou internado de 14 a 19 de agosto com sintomas leves, e deixou a Casa de Saúde São José, no Humaitá, na Zona Sul do Rio, com um recado: "Vacinem-se!"
O que faz parte do carisma do Zeca, que virou dono de bar no Rio. É dali que veio a receita da coxinha de rabada, elaborada pelo cozinheiro Toninho do Momo.
No botequim ou dando entrada no hospital, aonde Zeca chega, faz amizade com gente que vai da limpeza até o dono da casa.
Isto vem de Xerém, dá um abraço aqui e no outro, fala com um e o outro, toma cerveja com um e com outro"
Samba + sertanejo
Na pandemia, Zeca lançou músicas inéditas na pandemia, entre elas o novo single, o samba "Turma da Espuma", que contou com a participação da dupla sertaneja Zé Neto & Cristiano.
"Os conheci no camarote da Brahma, eles são bem animados, gostam de tomar umas, do jeito que a gente gosta. A música é boa, de autoria de Serginho Meriti e Claudemir, não tem como dar errado."
O samba-enredo que perdeu por WO
Compositor que lança muita gente, dono de muitas músicas com Beto Sem Braço (1940-1993), conhecido por levar a malandragem das favelas para os sambas-enredo do Império Serrano.
"Ele era um cara muito inspirado, às vezes chegava só com um pedacinho para a gente terminar. E ele dizia: 'Eu gosto do Zeca porque ele me entende, eu digo o que eu quero e está tudo certo. Só não fui com ele para samba-enredo, achava muita disciplina para mim", informa Zeca
O único samba-enredo que fizeram juntos, diz ele, perdeu por WO. Isto faz mais de 40 anos.
"Hoje em dia, eu quero abrir o cofre agora." Mas o que tem neste cofre?
Agora o cofre não quer abrir, ali eu guardo meus discos e minhas músicas, algumas que nem sabia que tinha."
Em Xerém, almoço por R$ 10
"Em Xerém ninguém pede foto, dá para vestir a camisa do lado do avesso, sentar no meio-fio", avisa Zeca, o mais ilustre dos seus filhos.
Sobre o antes da fama, ele afirma que sente saudade dos morros e das favelas, de Acari a Mangueira.
Após 34 anos casado com a Mônica, um dos momentos de maior prazer para ele é quando o neto chega mudando tudo na casa. O boêmio que ao mesmo tempo é um cara de família e vive bem. O segredo?
Da porta de fora de casa, eu sou um Zeca, da porta para dentro, eu sou outro"
Zeca e Teresa também conversam sobre o último show dele, além do disco ótimo, reuniu músicas de vários momentos, incluindo uma de Cartola, gravada com ela, e "Lama nas ruas", de Almir Guineto
Atualmente vivendo no seu apartamento da Barra, ele tranquiliza os fãs mais puristas: não brigou com Xerém.
Fico aqui porque tenho que trabalhar, lá é para se divertir, lá é muito legal. Tem o Bar da Berê, o almoço é R$ 10 e ainda pode repetir. Na Barra, um almoço ficou em R$ 333, dá para almoçar um ano inteiro na Berê"
Feijão, arroz e ovo é a comida favorita de Zeca, um músico de primeira, homem de caráter impecável e, acima de tudo, um artista que está longe de fazer apenas um "arroz com feijão".
Samba, série e Teresa
O "Botequim da Teresa" vai ao ar todas as sextas-feiras, às 11 horas, no Canal UOL e no YouTube de Nossa (inscreva-se já para receber os lembretes). Em cada episódio, Teresa Cristina recebe um convidado especial e ensina a fazer os petiscos clássicos de alguns do botequins mais famosos do Rio de Janeiro. O programa é uma coprodução de Nossa e MOV, a plataforma de vídeo do UOL.