'Casseta & Planeta' faria as mesmas piadas hoje em dia? Elenco responde
Colaboração para Splash, em São Paulo
02/05/2021 04h00
Eram constantes, no "Casseta & Planeta, Urgente!", piadas que debochavam da "masculinidade do gaúcho". Até que, em 2003, o programa recebeu um manifesto do povo do Rio Grande do Sul acusando o humorístico de ser racista e ofensivo à honra e tradição do estado.
O episódio levantou uma discussão que, hoje, sempre acontece: existe limite para o humor?
Numa época em que não se falava de "cancelamento", o manifesto fez com que o grupo pedisse desculpas e parasse com certas piadas.
"A gente nunca quis fazer piada desagradável, antiga", diz Claudio Manoel, reconhecendo que "teve muita piada que pegou mal pra cacete e a gente precisou se retratar".
Pensando sobre como seria o "Casseta" em 2021, Beto Silva opina:
A gente não faria as mesmas piadas porque a gente tem outra cabeça. Na época, isso era razoável, era o contexto da época.
Claudio Manoel cita como exemplo um quadro em que representavam uma sauna gay: um monte de homens suados com toalhas na cintura, e os personagens ficavam afirmando constantemente que "não eram gays". "A gente não sacaneava o gay, sacaneava o enrustido", explica.
Para Hélio de La Peña, "o humorista está buscando a gargalhada, o riso. Se uma determinada piada começa a ter menos graça, começam a rir menos, ele vai encostando aquilo do repertório". O humorista ainda brinca:
O limite do humor é de acordo com o orçamento que você tem para pagar um bom advogado, né?