Galisteu narra história de amor de Carolina e Sergio Vieira de Mello
"Existe Amor", novo podcast do UOL com histórias de amor reais, estreia nesta quinta-feira (28) com um personagem que ficou internacionalmente conhecido: Sergio Vieira de Mello, alto comissário dos direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas). O diplomata brasileiro vivia com a economista argentina Carolina Larriera, 48, que conta aqui um pouco dessa história de amor, que começou de forma inusitada: ela também trabalhou na ONU, e os dois se conheceram durante uma missão no Timor Leste.
A história é interpretada pela apresentadora e atriz Adriane Galisteu.
Carolina relata o encontro com Sergio e como eles construíram o relacionamento em um cenário tão improvável.
O diplomata morreu em 2003 no Iraque, aos 53 anos, após um ataque da rede terrorista Al-Qaeda. Carolina é cofundadora do Centro Sergio Vieira De Mello, que trabalha na democratização do ensino da diplomacia.
Você pode ouvir o podcast na íntegra no arquivo acima.
Este é o primeiro dos seis episódios desta temporada de "Existe Amor", disponíveis sempre às quintas-feiras. São casos reais, apurados pela reportagem de Splash e interpretados por artistas, que trazem relatos emocionantes de muitas formas de amor.
Além de Adriane Galisteu, participam do projeto as atrizes Helena Ranaldi, Neusa Borges, Suely Franco e Aretha Sadick e o rapper Projota. A música de abertura é uma adaptação de "Não Existe Amor em SP", de Criolo. A apresentação é da jornalista Débora Miranda.
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Você pode escutar o primeiro episódio acima ou ler o roteiro na íntegra, abaixo. O programa está disponível no UOL, no YouTube, no Spotify, na Apple Podcasts, no Google Podcasts, na Amazon Music e em todas as plataformas de podcast.
Episódio 1: Existe Amor na Reconstrução
"Quando você está na Ásia, brasileiros e argentinos são quase a mesma coisa. E isso me aproximou do Sergio quando a gente se conheceu, durante uma missão na ONU, a Organização das Nações Unidas, no Timor Leste. Foi lá, num cenário de destruição, em que a gente —eu argentina, e ele brasileiro— começou a construir nossa vida juntos.
É bem provável que você conheça pelo menos uma parte dessa história. O nome completo do Sergio é Sergio Vieira de Mello. Ele ocupava o cargo de alto comissariado dos direitos humanos da ONU quando foi assassinado no Iraque. A morte dele virou notícia no mundo todo, foi uma perda que comoveu muita gente. Mas você não deve saber sobre a minha vida nem sobre a minha relação com ele, que é o que eu vou contar aqui.
Com 18 anos, eu saí da Argentina e fui estudar e trabalhar em Nova York. Comecei no mercado financeiro, em Wall Street, e logo me dei conta de que era fácil fazer dinheiro rapidamente. Mas também percebi que a minha vocação não era aquela.
Nessa época, eu morava perto da sede das Nações Unidas. Todo dia de manhã, quando ia trabalhar, eu passava caminhando pela porta e ficava olhando o prédio. E, quando entendi que o meu propósito de vida não era o mercado financeiro, foi na ONU que eu busquei emprego.
Comecei como voluntária, mas depois, com o tempo, fui regularizada. Depois de alguns anos surgiu uma oportunidade de trabalhar no campo de ação. E eu resolvi ir.
Aí é que entra o destino. Aquele inesperado, sabe? O aleatório da vida.
Quando surgiu essa oportunidade, o grande assunto da época era a guerra do Kosovo. Então, eu estava me preparando para ir para lá, inclusive aprendendo a língua. De um instante para o outro, fui convocada. Aceitei e vieram me parabenizar pela viagem para o Timor Leste.
Lembro que eu me surpreendi e perguntei: 'Como Timor Leste? Eu não estava indo para Kosovo?'. E me falaram: 'Não! Não te contaram que você está indo para o Timor Leste? Agora temos um novo conflito, é no Timor Leste, e você está indo para lá porque é argentina. Eles falam português e você vai entender melhor do que ninguém!'.
Bom, aí já era muito tarde para fazer qualquer coisa. Então eu concordei e, uma semana depois, eu estava no Timor Leste. Não era parte do meu plano, eu nem sabia onde ficava o Timor Leste no mapa. (E se você também não sabe, agora eu já posso explicar: fica no sudeste asiático, perto da Austrália e da Indonésia). Pensei: 'Bom, o propósito continua sendo o mesmo, acho até mais interessante'. Me atualizei sobre a situação do lugar, soube do genocídio, da história e lá fui eu para o Timor Leste.
Isso foi em 1999. E tinha acontecido a mesma coisa com o Sergio. Ele estava em Kosovo e, como não era europeu, foi enviado para um lugar que supostamente estava mais alinhado com ele. Esse lugar era o Timor. Fomos os dois para aquele lugar que ninguém sabia onde era, no fim do mundo, ali à esquerda. Mas a gente ainda não tinha se conhecido.
Para chegar até o Timor foram três dias. Eu viajei num avião humanitário, que é diferente, porque não tem aquela decoração das aeronaves comerciais. Tinha poltronas, mas não tinha lugares para colocar as malas, por exemplo. Era um avião pelado. As malas ficavam lá atrás e, para descer, alguém colocava uma escada. Você tinha que pegar a sua bagagem e descer. Também não tinha ninguém para ajudar, aeromoça, nada disso.
Peguei quatro aviões e passei por quatro continentes até chegar lá. E quatro estações do ano também, porque conforme eu ia mudando de continente e trocando de aviões, era uma temperatura diferente. O Timor fica muito longe! E isso também tem sua virtude.
Quando cheguei lá, era um cenário bem terrível, o lugar tinha sido devastado! Tudo queimado! Todo mundo tinha fugido para as montanhas, para salvar as próprias vidas e as dos filhos. Ao mesmo tempo em que a gente estava chegando, os timorenses estavam voltando para a cidade, descendo das montanhas. Mas, claro, não tinha casa para ninguém! Nem para os timorenses nem para os estrangeiros, como eu.
Então, a ONU alugou um barco, com quartos, para o contingente internacional ficar hospedado. Só que eram quartinhos, com duas camas. E a gente tinha que dividir o miniquartinho com outra pessoa do mesmo gênero.
Depois de algum tempo lá, eu saí do barco e fui morar em uma casa. Estava queimada, sem janela, sem vidro, sem nada. Para ter uma ideia de como era precário, eu levava na minha mala uma tenda e uma cama dobrável. Então, eu varria tudo o que estava destruído, colocava uma tenda e dormia dentro dela, com a cama dobrável. A tenda era para eu não ser picada pelos mosquitos, porque lá tinha dengue e malária. E para ter privacidade também. Então, essas eram as condições, tudo muito básico!
No Timor, eu trabalhava com a reativação do setor privado. E mais especificamente com mulheres viúvas, que tinham ficado sozinhas, que tinham perdido a forma de ganhar o pão, que tinham perdido os maridos e os filhos, e precisavam de microcrédito para recomeçar. Por exemplo, para arrumar a casa, transformar a casa em um hotel, talvez para alugar para pessoas como eu. Ou comprar uma máquina de costurar e virar costureira. Eu trabalhava com a base da pirâmide.
O Sergio trabalhava com a outra ponta, com a parte política, com os líderes políticos. E no trabalho a gente não se cruzava nunca, a não ser em situações muito específicas.
Tinha milhares de estrangeiros chegando nesse período de três meses, que foi o início da missão. E, por uma questão histórica, a maioria das pessoas que trabalha na ONU é europeia. A língua de trabalho é o inglês. Esse é um detalhe importante para a história de como eu conheci o Sergio!
A primeira vez que eu o vi foi logo que eu cheguei... Em uma situação de pós-conflito como aquela, a regra número um é não chamar a atenção, se misturar o máximo possível no ambiente. Eu acordava bem cedo para correr e ia sempre sozinha, vestindo roupas largas, calça comprida, para passar despercebida, mesmo.
Aí, um dia eu vejo duas pessoas correndo no sentido oposto, do outro lado da rua, meio longe. E vejo um cara? Já tinham me falado que tinha chegado um brasileiro e que era o Sergio, o chefe da missão da ONU. Estava ele e um outro cara, que era bem grandão, forte, parecia um guarda-costas.
A primeira coisa que pensei foi: 'Gente, o que esse cara acha que é? Por que esses dois estão chamando tanta atenção?'. A ideia, como contei, era passar despercebido. E fiquei pensando: 'Nossa, esse cara deve ser um arrogante!'. Essa foi a minha primeira percepção do Sergio! [risos]
A segunda vez que a gente se viu foi diferente. Foi numa reunião, onde cada grupo apresentava os projetos de educação, de saúde, de microcrédito, para conseguir mais dinheiro, mais doação dos países. E eu tive que mostrar o meu projeto, de microcrédito para as viúvas, para o Sergio.
Lembro que era uma reunião bem grande, onde todo mundo falava inglês. Mas em certo momento, a secretária dele interrompeu dizendo que tinha uma ligação urgente. Ele falou que ia atender o telefone de lá mesmo. E era mãe dele, a Dona Gilda, que estava ligando. Ninguém na reunião falava português, então, ele atendeu e falou: 'Oi mãe!'. Todo mundo sério, ninguém entendia nada, mas eu lembro de escutar e pensar: 'Não estou acreditando que esse cara está falando com a mãe agora!' [risos]. E ele dizia: 'Olha mãe, não posso agora! Eu sei que é seu aniversário, te ligo mais tarde!'. E ela insistia para falar com ele.
Bom, ele desligou, voltou para a mesa, e eu falei para ele em português: 'Não se esqueça de ligar para a sua mãe no aniversário dela!'. Ele falou: 'Ok!', deu uma risada, mas ninguém entendeu, e a gente continuou a reunião. Esse foi um momento de cumplicidade. Foi a primeira vez que eu vi ele mais humano -- bem diferente daquela primeira impressão que eu tive no dia da corrida.
Depois dessa reunião, a gente não se viu por vários meses. Fiquei com malária, dengue, passei duas semanas no hospital. Pareceu uma eternidade! Aí fui convidada para um jantar superformal para um general, mas eu só conhecia uma pessoa que ia estar nesse evento. Então, pensei que era melhor chegar cedo para tentar conhecer os outros convidados.
Cinco minutos antes do jantar, começou uma chuva daquelas! De fim de mundo! Achei que eu fosse ser a primeira pessoa a chegar, mas vi que o Sergio já estava lá. Ele era pontualíssimo! Essa foi a terceira vez que a gente se encontrou. Bom... E só tinha nós dois lá, esperando. A gente se olhou com surpresa e começou a conversar.
Ele me contou que lembrava de mim daquela reunião, que sabia que eu era argentina. E aí falou: 'Você sabia que eu quase fui argentino?' [risos]. Eu perguntei: 'Como assim?'. Ele falou: 'Quando fui concebido, os meus pais moravam na Argentina. O meu pai tinha sido diplomata, e o primeiro lugar que um diplomata brasileiro tradicionalmente vai é para lá. Essa é a época que a minha mãe mais se lembra da vida dela, porque ela era jovem, bonita e ficou grávida de mim. Mas, um mês antes de eu nascer, ela resolveu voltar para o Rio de Janeiro. Ela queria que eu fosse brasileiro'.
Falei: 'Ah! Mas então a sua família voltou para o Brasil?'. E ele contou que não. Que tinha nascido no Brasil, mas que, 20 dias depois, a família tinha voltado para a Argentina. Aí falei para ele: 'Sua mãe é uma mulher inteligente!'. E rimos de novo. A gente tinha muito essa piada, essa cumplicidade.
A conversa durou cinco ou dez minutos, mas foi um momento de conexão com ele, contando sobre essa lembrança familiar, de quando era criança, as primeiras memórias, a juventude da mãe dele. Então, de repente, ficou um relato muito íntimo, familiar, privado e sensível. E aí percebi ele como alguém muito apegado aos sentimentos e aos detalhes. Foram 10 minutos, mas sabe, ele poderia ter puxado uma conversinha artificial. E não foi assim. Criamos um elemento de conexão bem profunda.
Nessa noite, ele ficou olhando para mim. Eu estava sentada longe dele e pensava: 'Será que ele está olhando para mim?' [risos]. Foi muito lindo!
Depois disso, a gente foi se encontrando devagarinho. A gente falava sobre trabalho, mas também tinha uma conexão cultural íntima, sabe? Ele me contou que quando estudava na universidade Sorbonne, na França, havia morado na Casa Argentina. Quando o pai dele foi aposentado pela ditadura, a família não tinha dinheiro, e ele conseguiu uma bolsa para morar em Paris. A bolsa tinha vindo da Casa Argentina, uma residência para estudantes estrangeiros latino-americanos. Ali tinha mais uma conexão entre a gente.
Nós fazíamos piadinhas até sobre futebol, que só a gente entendia e ria. As pessoas deviam ficar pensando do que a gente estava rindo. Existia essa conexão com assuntos que, quando vão para outra língua, se perdem. Perde o sentimento de proximidade cultural. Então, o idioma para gente foi uma coisa muito importante.
Com o tempo, eu fui descobrindo que o Sergio era um homem muito sentimental. Acho que o Timor Leste despertou algo nele. É uma ilha com praias maravilhosas, e a capital tem um Cristo monumental, que foi presente da Indonésia, na época da ocupação. Esse Cristo relembrava o Rio de Janeiro para o Sergio.
Tinha também essa questão da infância e do idioma, né? Porque os timorenses falam português. Então, essa questão visceral da cultura estava muito presente. E acho que veio daí a nossa grande conexão.
Quando a gente se conheceu, ele era um cara meio distante, mantinha uma vida asséptica. Ele ouvia muito Beethoven, morava sozinho fazia 20 anos, e o propósito da vida dele também era apoiar os destituídos. Ele tinha uma vida muito simples e um pouco fechada.
Acho que o nosso relacionamento atravessou toda essa revitalização -- como estava acontecendo também com o processo de independência do Timor. Foi uma descoberta e redescoberta. Nós dois vindo de uma parte oprimida do mundo, talvez sendo privilegiados, mas tendo uma identidade, mesmo assim, de oprimidos. A gente se conectou! E a gente se identificava também com os timorenses, com o grande orgulho deles diante de tudo o que poderia ter dado errado, mas deu certo.
Presenciei essa transformação do povo de lá e, também, a transformação do Sérgio. Era uma época em que ele estava fechado, sozinho, com medo dos mosquitos, da malária, da dengue.
Ele estava muito preocupado em ficar doente, porque sabia que era peça importante naquele processo tão sensível pelo qual o Timor passava. E que poderia dar errado a qualquer minuto. Mas ele começou a ficar mais confiante conforme o processo de independência mostrava sinais de que ia no caminho certo. E pela descoberta da fortaleza do nosso amor.
Eu acredito que o verdadeiro amor é quando duas pessoas se encontram e já não são mais duas, mas apenas uma. E, de repente, tudo ao redor de alguma forma conspira a favor, porque conspira com você! Vai junto!
De repente, o processo de paz parecia mais encaminhado. De repente, a gente tinha uma rotina. A gente gostava, por exemplo, de ir ao mercado. Lá tinha supermercado, mas era para a comunidade internacional. A gente ia ao mercado, mesmo --que eram os negócios que sobreviviam graças àqueles microcréditos com que eu trabalhava. A gente gastava nosso dinheiro nos pequenos empregos que a gente ajudava a gerar. Essa rotina de ficar envolvida com essas vidas, de transformar essas vidas... Isso volta para a gente. Era muito enriquecedora essa convivência.
A conexão com essas pessoas, que logo mais iam ter seu próprio país, passaporte, identidade... Eles estavam felizes, e a gente era tocado por essa felicidade. A gente também estava muito feliz, apaixonado. Não sei direito onde começou, mas estava ali.
E o Sergio, que era de ouvir Beethoven, começou a ouvir Barão Vermelho, Legião Urbana, Caprichosos de Pilares... Samba. Beethoven era pesado. E acho que o amor traz alegria, né? A música traz alegria. E, de repente, ele já não estava com tanto medo dos mosquitos. [risos].
Depois da independência, a gente voltou para a nossa vida normal, fora do Timor. Ele queria me mostrar a casa dele, a família dele, a mãe dele, a dona Gilda. A primeira parada foi no Rio de Janeiro, e a segunda foi em Buenos Aires. Ele também conheceu a minha família e a minha terra. Foram duas paradas no mesmo avião, que também é uma metáfora para mostrar que, na verdade, a gente era uma continuação do mesmo.
Conheci tudo o que ele tinha me contado sobre a intimidade dele, desde quando era criança, lembranças da dona Gilda, do começo da vida internacional deles, e o que o meu país significava para aquela família. E aí a gente voltou para Nova York.
Em Nova York, fomos morar no meu apartamento pequenininho. Eu era funcionária de carreira da ONU, e ele não. Então, por mais que o Sergio tivesse um cargo alto na missão do Timor, ele voltou e ficou desempregado. Daí ele brincava, dizendo que era o marido mantido pela mulher, porque eu acordava cedo, ia para o escritório, e ele ficava em casa consertando a pia do banheiro, os aparelhos elétricos queimados... [riso]
Foi assim até o Sergio ser nomeado alto comissário dos direitos humanos. Era o ápice da carreira dele na ONU, essa posição era o 'creme de la creme'. A gente estava feliz, tinha o sonho de ter filhos. O sonho do Sergio era ter uma filha. Até que veio a pressão do chefe dele para que ele fosse ao Iraque. Essa é uma parte difícil para mim de falar. Muito difícil.
O Iraque nunca esteve nos nossos planos. Chegou primeiro de forma inesperada e, depois, com muita pressão. A gente estava cansado, tinha passado três anos enriquecedores no Timor, mas muito cansativos também. A gente achava que esse tipo de trabalho tinha que ser feito por uma nova geração. Estávamos exaustos.
A gente tinha começado nossa vida familiar e estava convencido de que merecia isso. A gente tinha lutado, e era o momento de curtir! Mas o Sergio dedicou 30 anos da vida dele a esse trabalho, que era um propósito de vida também. Você diz não duas vezes e, na terceira vez, o seu chefe diz que você vai. Você tem a opção de mandar para aquele lugar ou ser coerente com a própria história. Sobre o Iraque, eu encerro por aqui.
Posso dizer que o Sergio foi coerente com a história que ele construiu e com o propósito dele. Propósito é essencial, porque você pode estar mal, mas isso te mantém vivo e te faz conectar com o que importa. Se você consegue enxergar qual é o seu propósito em vida, você é feliz. E quando você conhece alguém que partilha o seu propósito, como foi o nosso caso, você toca ele com as mãos. Eu e o Sergio tínhamos o mesmo propósito.
Quando eu fui para o Timor, o Sergio não estava nos meus planos. Eu não pensei que ia me apaixonar. O meu plano era ir e voltar. Eu tinha muitos sonhos de mudar o mundo, de achar a minha vocação. Mas a gente também se identifica com o outro. A gente gostava do que fazia e via o nosso trabalho fazendo a diferença. Eu poderia ter conhecido o Sergio em Nova York, por exemplo, porque ele também morava lá antes de ir para o Timor. Mas não! Foi no Timor, trabalhando em um mesmo propósito. Foi o destino. Tinha que ser!"
O episódio 1 do podcast "Existe Amor" tem interpretação de Adriane Galisteu. Música de abertura: Criolo. Reportagem: Débora Miranda. Roteiro: Claudia Martins. Desenho de som e montagem: João Pedro Pinheiro. Design: Carol Malavolta. Motion design: Carla Borges. Direção de arte: Gisele Pungan e René Cardillo. Coordenação: Débora Miranda e Juliana Carpanez. Gerentes de conteúdo: Antoine Morel e Alexandre Gimenez. Diretor de conteúdo UOL: Murilo Garavello. Agradecimento: Arthur Cruvinel.