Da exposição à exploração: rede social não é lugar de criança, mas elas estão lá
As redes sociais já existem há tempo suficiente para sabermos seus efeitos na nossa vida. Será? Ainda hoje descobrimos os efeitos dessas plataformas, do Tiktok ao Instagram, sobre adultos. Quando são crianças do outro lado da tela, porém, o buraco é mais embaixo. Nesse novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para humanos por trás das máquinas, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam com Maria Melo, coordenadora de programas do Instituto Alana, organização que atua na defesa e promoção dos direitos de crianças e adolescentes. Ela fala sobre uma infância cercada por telas e cujas informações são espremidas por redes sociais. Até os 13 anos, são 72 milhões de dados coletados. E o que elas as plataformas que sabem mais do seu filho do que você sabe delas? Primeiro, negam que há menores de 13 anos por lá. Depois, afirmam que cuidam dos que estão por lá. "Pais e mães ficam reféns. Famílias são o elo mais frágil", diz Maria Melo. E ela conta o por quê.
Em teoria, crianças não poderem usar redes sociais as impede de ser influenciadoras digitais. Na prática, o que se vê é um cenário diferente. Maria Melo fala que já encontrou crianças de 6 e 7 anos fazendo publicidade para o Jogo do Tigrinho, um popular game de cassino online. Como denunciar esse tipo de abuso não é possível, o instituto levou o caso ao Ministério Público. "Redes sociais não são meros túneis por onde circulam esses conteúdos; Elas modulam, moderam e direcionam esse conteúdo. Ampliam ou diminuem esse conteúdo dependendo de quanto dinheiro você coloca nelas. E precisam ser responsabilizadas por esse tipo de conteúdo", diz Maria Melo.
O contato entre crianças e tecnologia é tão frequente que já produz consequências inusitadas. Uma pesquisa detectou que os baixinhos já confiam mais em robôs do que em humanos. Mas por que isso acontece?
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