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Sem Frescura: o tal do ponto G realmente existe? E os orgasmos múltiplos?

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Do VivaBem, em São Paulo

03/05/2021 04h00

Todo mundo já ouviu algo relacionado a sexo e ficou na dúvida se a informação era mito ou verdade. Isso é muito comum porque, apesar de ser algo totalmente natural, o tema permanece cercado de tabus. E isso é ainda mais sério em relação às mulheres. Duvida? Pois saiba que há uma estimativa de que um terço delas sequer experimentou um orgasmo durante a vida.

Assim, questões como ponto G e orgasmos múltiplos acabam parecendo mais contos de fada do que realidade. Pois bem, então vamos aos fatos: tanto o ponto G quanto os orgasmos múltiplos existem, sim.

No caso do ponto G, ele fica no terço externo da vagina, na parte ventral. E, ao menos em teoria, é uma região bastante vascularizada e inervada, muito mais sensível a estímulos, a ponto de fazer a mulher ter orgasmos de maneira mais rápida e intensa. A questão é que, mesmo com o ponto G existindo, cada mulher tende a ter mais ou menos sensibilidade em determinadas partes do corpo, o que faz com que a "eficiência" do ponto G possa variar.

Uma situação similar ocorre com os chamados orgasmos múltiplos. Eles ocorrem para uma pequena parcela das mulheres e têm a ver com a curva excitatória feminina, que é bem diferente da masculina. Enquanto nos homens o orgasmos ocorre em um curto intervalo de tempo e termina com a ejaculação, com as mulheres eles podem até demorar mais para a acontecer, mas duram bem mais. Durante esse período final podem ocorrer as chamadas reentradas excitatórias, o que deixa a sensação de orgasmo mais intensa e duradoura.

E usar camisinha, piora a sensibilidade? Infelizmente sim, porém é uma troca: seu uso protege contra infecções sexualmente transmissíveis e evita gravidez e ela nunca deve ser dispensada, especialmente em relações casuais.

Outras dúvidas comuns relacionadas ao sexo tratam de hábitos que podem afetar negativamente a sua vida sexual. Por exemplo: quem bebe e fuma pode ter problemas na hora da transa?

No caso do cigarro, sim, ele pode influenciar negativamente a vida sexual da pessoa. Mas não é só ele: hábitos alimentares, de sono e sedentarismo também afetam questões como ereção e lubrificação, além do orgasmo em si. Sobre o álcool, tudo tem mais a ver com o exagero. Se em doses moderadas ele serve como estimulante, o consumo excessivo apenas atrapalha.

E para terminar, vamos falar sobre remédios antidepressivos e anticoncepcionais. Em ambos os casos, o efeito desses medicamentos varia. Os antidepressivos, por exemplo, podem afetar a libido de algumas pessoas. Já os anticoncepcionais podem até mesmo melhorar o desempenho sexual. Mas, novamente, tudo depende do medicamento, da dosagem e, principalmente, da pessoa.

Roteiro: Rodrigo Lara. Fontes: Eduardo Perin, psiquiatra pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), especialista em sexualidade pelo InPaSex (Instituto Paulista de Sexualidade); Waldemar Carvalho, ginecologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.