Maria Joaquina teria pavor do novo filme da Larissa Manoela

Para o primeiro dia de aula na Escola Mundial, Maria Joaquina escolheu seu look com bastante cuidado. Ela não queria vestir nada muito simples para não parecer pobre e nada muito caro para não ser roubada. A personagem interpretada por Larissa Manoela no remake de Carrossel (2012) odeia pobres e não esconde isso.

Na novela, Maria Joaquina concentra em si inúmeros preconceitos, mas sobretudo a soberba. É difícil falar assim de uma criança, mas a verdade é que o primeiro papel de destaque de Larissa Manoela é difícil de engolir. A menina nos diverte apenas porque seus absurdos às vezes se tornam cômicos.

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Quase dez anos depois, Larissa Manoela é a estrela de mais um filme na Netflix, e agora em um papel que deixaria a Maria Joaquina de Carrossel com o estômago revirado. No recém-lançado Diários de Intercâmbio (2021), sua personagem é Bárbara, uma jovem que sonha em viajar pelo mundo, mas não tem um centavo para isso.

Para chegar mais próxima de seu sonho, Bárbara vende revistas de viagem no aeroporto vestida de aeromoça. Nessa empreitada, ela passa por todo tipo de humilhação, coisa que Maria Joaquina jamais se sujeitaria.

Como o nome do filme sugere, Bárbara consegue viajar e fazer um intercâmbio nos Estados Unidos, mas como au pair. Lá, a coitada segue comendo o pão que o diabo amassou.

Mas perrengue em inglês é melhor que perrengue em português, não é mesmo? Para Bárbara, até pode ser. Para Maria Joaquina, a resposta certamente é nenhuma das opções, já que odeia pobre e gentinha.

Em Carrossel, a menina é repreendida ao longo de toda a trama para não ser preconceituosa, uma tarefa bem difícil. No final da novela, Valéria, interpretada por Maísa, reconhece que a colega de classe até melhorou, mas ainda continua soberba. Será que Maria Joaquina deixou de ser assim nos anos seguintes? Essa questão ocupa a minha mente.

Soberba é algo que Bárbara, de Diários de Intercâmbio, não tem. Ela resiste às humilhações, ajuda os amigos pobres que enfrentam problemas com a imigração dos Estados Unidos, perdoa vacilos e trabalha incansavelmente. Absolutamente tudo acontece com ela.

A personagem de Larissa Manoela é gente boa demais nesse filme, essa é a verdade. Tomara que a Maria Joaquina um dia esbarre com a Bárbara na Disney.