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Aline Ramos

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rock in Rio: Ludmilla prova que é a maior intérprete desta geração

Reprodução / Multishow
Imagem: Reprodução / Multishow

Colunista do UOL

12/09/2022 00h06

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Ludmilla prometeu que faria algo grandioso em sua apresentação no Rock in Rio e cumpriu. Para isso, investiu em estrutura de palco, luzes e figurinos luxuosos. Porém, o mais importante dinheiro nenhum é capaz de comprar: talento. E isso Lud tem de sobra.

A apresentação contou com um repertório impecável e composto apenas de hits. Ludmilla passeou entre pop, funk, afrobeat e pagode nas cerca de 30 músicas do setlist. O mais incrível é que todas as canções fizeram ou fazem muito sucesso e estão na boca do povo. Isso ficou evidente com a multidão que pulava e cantava aos berros.

Construir um show com hits do início ao fim não é algo simples para alguém com apenas dez anos de carreira, como é o caso de Ludmilla. E o sucesso não é à toa.

De MC Beyonce à Lud pagodeira

Três palavras ajudam a definir o que foi feito no show que encerrou as apresentações do palco Sunset no Rock in Rio deste ano: constância, ousadia e versatilidade.

Ao longo da última década, Ludmilla sempre se manteve constante em sua produção musical. Ela é uma das artistas pops mais produtivas no Brasil, seja como MC Beyoncé, diva pop ou cantora de pagode.

A constância só é possível porque Ludmilla é uma artista ousada e versátil. Desde o começo da carreira, inova e busca referências fora do funk, gênero de seus primeiros hits. No pop, empilhou canções bem-sucedidas. E veio o Numanice, projeto em que se jogou no pagode, ritmo com poucas representantes femininas, e faz sucesso. Isso é para poucas.

Ela é o momento

Ludmilla canta cada fase de sua carreira com interpretações maravilhosas e uma capacidade de despertar diferentes sensações e emoções. Qualquer música fica boa com ela. Lud tem um domínio sobre a própria voz que chama as pessoas para perto ao mesmo tempo em que surpreende pela potência vocal, algo difícil de descrever por se tratar de talento.

Com o show deste domingo (11), Ludmilla provou algo que estava óbvio há algum tempo: é a maior intérprete musical feminina dessa geração brasileira de cantoras pop. E foi bonito ver que ela chegou a essa posição com muita consciência de quem é e qual a sua importância para a música brasileira.

Ao levar a dupla Tasha e Tracie, MC Soffia, Tati Quebra Barraco e Majur para o palco, Ludmilla também mostrou como o seu trabalho tem conceito e consistência. Lud sabe que não chegou ali sozinha ao mesmo tempo em que é responsável por abrir portas para outras gerações de mulheres como ela. Isso é raro de ver.

O palco Sunset do Rock in Rio ficou pequeno. O show mostrou que Ludmilla merece o mundo, incluindo o palco.