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OPINIÃO

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Céline Dion e a doença rara que a obrigou a deixar os palcos

Colunista do UOL

10/06/2023 15h00

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Céline Dion já havia cancelado os shows agendados na Europa até julho deste ano, mas agora anunciou o cancelamento de quase 40 apresentações agendadas até abril de 2024. O motivo é a rara doença neurológica que a cantora está enfrentando. "Estou me esforçando muito para recuperar as minhas forças, mas as turnês podem ser muito difíceis? É melhor cancelarmos tudo agora, até que eu esteja realmente pronta para voltar aos palcos", escreveu Céline em comunicado oficial.

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Céline Dion
Imagem: Reprodução

A cantora foi diagnosticada com um distúrbio neurológico chamado "síndrome da pessoa rígida" , que causa dor e dificuldade de locomoção, impedindo a realização de atividades físicas intensas. A Stiff-Person Syndrome, em inglês, é uma doença autoimune neurológica raríssima e progressiva que afeta o Sistema Nervoso Central (cérebro e medula) e o Sistema Nervoso Periférico (nervos, raízes dos nervos, músculos e junção neuromuscular). É uma resposta imunológica diferente do corpo a uma substância produzida pelo músculo. Essa enzima é muito importante para o bom funcionamento do músculo, para o seu relaxamento, para a coordenação motora. Mas por razões que ainda não se entendem bem, o corpo processa que essa enzima está fazendo mal e começa a desativá-la. É mais comum em pessoas que já possuam outras doenças autoimunes.

A síndrome da pessoa rígida costuma começar com sintomas leves, e progride até que chegue a uma situação muito incapacitante, geralmente leva anos. Em fase grave, a pessoa pode não conseguir mais andar, ou até mesmo sofrer de deformações ósseas. Hoje em dia, com os medicamentos e tratamentos existentes, é menos comum chegar a esse ponto. Os sintomas vão desde a rigidez muscular - que costuma começar no tronco, na musculatura das costas e abdómen -, espasmos dolorosos desencadeados por estímulos simples (como uma campainha ou um susto), mudança na postura, caminhada dura, com dificuldade e dores musculares. É, por isso, bastante incapacitante. O tratamento passa muito por medicamentos que agem no mecanismo reduzindo a rigidez e a dor e a fisioterapia, que é fundamental, assim como atividade física que ajude na qualidade de vida e acompanhamento psicológico.