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Caio Mutai: A jornada do artista oriental no Teatro e no Audiovisual

Por: Flávia Viana

Em entrevista exclusiva, o ator Caio Mutai fala sobre a importância da representatividade, os desafios de atuar no Brasil e seus novos projetos, que incluem um filme de terror, um curta musical e uma websérie com elenco de peso.

Caio Mutai tem se destacado como uma importante voz pela representatividade oriental no entretenimento brasileiro. Alternando entre teatro e audiovisual, o ator compartilha como tem buscado priorizar projetos com significado pessoal e cultural, sem se prender a um único meio. "Hoje eu penso menos em equilibrar e mais em priorizar o que eu acho que vale a pena, independente se será no teatro ou no audiovisual", afirma ele.

Caio Mutai
Caio Mutai Imagem: Divulgação

Em seu currículo, destacam-se produções como "As Five" e a série musical "O Coro", da Disney+. Esses trabalhos não apenas consolidaram seu talento em ambas as áreas, mas também o permitiram abordar papéis complexos e contrastantes. Mutai conta que a experiência de interpretar personagens tão distintos em cada projeto — um jovem abusivo em O Coro e um doce jovem gay em As Five — foi desafiadora, mas enriquecedora. Ele destaca também o orgulho de estar ao lado de Ana Hikari, a primeira protagonista amarela da Globo, contribuindo para um marco de representatividade.

Na nova fase de sua carreira, Caio está prestes a estrear no cinema com Furnas Fundas, onde interpreta um vampiro, e descreve o projeto como o papel mais transformador que já assumiu. Para compor o personagem, ele se envolveu em um intenso processo de pesquisa e preparação. "Nós, desse núcleo, tivemos acompanhamento de uma preparadora desde os primeiros encontros e ensaios. Foram muitas experimentações, laboratórios e conversas para dar vida a essa figura fantástica e, ao mesmo tempo, perturbadora."

Caio também revela como sua luta pela representatividade o levou a investir em novos projetos como produtor. Em pré-produção, ele prepara uma peça de teatro e um musical que visam fomentar a participação de artistas orientais e outras minorias. "É mais do que um projeto pessoal, mas um grande sonho que já estou começando a realizar: me tornar esse produtor que falta no mercado para incluir as minorias que tanto são deixadas de lado", conta.

Questionado sobre a inclusão de artistas amarelos no Brasil, Caio é direto e crítico. Ele acredita que a mudança será lenta enquanto a estrutura do mercado permanecer inalterada. "A estrutura racista é composta não só pelas empresas e governantes, mas também pelo público, que é a base disso tudo. Eles se retroalimentam, e esse ciclo precisa ser quebrado."

Caio Mutai olha para o futuro com determinação e uma dose de realismo. Mesmo com uma visão esperançosa, ele admite que os avanços ainda são lentos, mas se compromete a continuar trabalhando por uma indústria mais inclusiva. Além de Furnas Fundas, o ator tem um curta-metragem de comédia musical e uma websérie prestes a estrear. Entre um projeto e outro, ele deixa uma mensagem clara: "O poder da representatividade está em devolver sonhos e autoestima a quem nunca se enxergou nesses espaços. Isso é o que me motiva a continuar."

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Imagem: Divulgação

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do BOL

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