Rainha Camilla e as tiaras icônicas da Família Real
Por: Ana Claudia Paixão - via Miscelana
Depois de um ano de notícias de problemas de saúde de vários membros da Família Real, incluindo a própria Rainha Camilla (que fecha 2024 se recuperando de uma pneumonia viral), nada melhor do que eventos glamurosos para ver a realeza em eventos formais. Sim, com isso, as tiaras que tanto encantam o público saem do cofre e povoam nosso imaginário.
Em poucas semanas, vimos a rainha usar duas das mais famosas tiaras da coleção de Elizabeth II: A tiara de pedras brasileiras e a Queen Mary's Fringe Tiara, ambas com muita história atrás delas!
Primeiro: Como e Quem decide o uso das joias da Coroa
As joias da Coroa britânica foram uma das coleções mais impressionantes do mundo. São mais de 23.000 pedras preciosas e mais de 100 objetos, incluindo o diamante Koh-i-Noor, o Cullinan I e a Espada do Estado incrustada com joias, todas guardadas na Jewel House na Torre de Londres.
Mas não é qualquer um da realeza que entra lá e escolhe o que quer. O uso das joias da Coroa britânica, incluindo tiaras, segue regras e tradições bem estabelecidas dentro da monarquia e as decisões sobre quem pode usar quais peças são feitas com base em fatores como posição hierárquica, ocasião, e, em alguns casos, preferências pessoais da monarca reinante. Ou seja, o Rei Charles III.
Claro que a Rainha Consorte e a Princesa de Gales (Kate Middleton) têm certa autonomia para selecionar tiaras para eventos, mas em geral essas decisões seguem as tradições estabelecidas pelo Rei. As peças são usadas como empréstimo para casamentos, banquetes de Estado e outras ocasiões.
Em eventos como a visita de Estado do emir do Catar ao Reino Unido, Rainha Camila, Princesa Catherine, Princesa Anne e a Duquesa de Edimburgh, Sophie, têm acesso às joias da Coleção Real e elas não nos desapontaram!
Como é o processo?
As escolhas de tiaras, brincos ou colares são feitas com antecedência, levando em consideração a posição da pessoa na linha de sucessão ou na família, a ocasião (casamento, banquete oficial, coroação, etc.) e a história ou simbolismo da joia. Curiosamente, apenas mulheres casadas da família real tradicionalmente usam tiaras, embora haja exceções.
Com esses critérios, já se reduz a um certo número de peças e, depois de escolher uma, as joias são retiradas da Royal Collection ou do cofre privado da família real. Se for preciso, ajustes podem ser feitos por joalheiros da confiança da monarquia para garantir que a peça se encaixe perfeitamente. Algumas tiaras, como a linda Queen Mary's Fringe Tiara que Camilla usou na recepção de gala, têm mecanismos ajustáveis para maior conforto.
As joias são entregues ao membro da família real ou à equipe de estilistas encarregada de preparar a pessoa para o evento e logo após o evento, as peças são devolvidas à coleção para armazenamento ou exibição.
A maior parte das peças está na Royal Collection, que é mantida em nome da nação, mas há itens que são pessoais que são tiaras herdadas ou adquiridas pessoalmente pelos monarcas, que são de propriedade privada da família real. Apesar disso, a regra ainda se mantém. Quem tem controle direto sobre essas peças e pode emprestá-las hoje é o Rei Charles III.
Por 70 anos, era Elizabeth II que tinha o papel de decidir quem usava o que e quando, com ocasionalmente tendo que interferir como a famosa questão da tiara que Meghan Markle teria escolhido para o casamento e que não pôde usar. Essa é outra questão, em geral, há menos drama.
?Algumas tradições são divertidas: como que determina que a tiara usada pela Rainha Elizabeth II na coroação, que não seria emprestada a outro membro da família enquanto ela estivesse viva.
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Quero receberComo fica hoje?
Hoje, como Rainha Consorte, Camilla tem acesso a quase todas as peças da coleção e prioridade de seu uso em eventos oficiais. Esse sistema rígido reflete a importância das joias como símbolos de poder, tradição e continuidade da monarquia, além de destacar a relevância de cada evento em que são usadas.
Ela começou a usar as tiaras da coleção da rainha logo após seu casamento com o então Príncipe Charles, em 9 de abril de 2005. Como Duquesa da Cornualha, ela passou a representar a família real em eventos formais e, portanto, teve acesso às joias reais, incluindo algumas das tiaras icônicas da coleção da Rainha Elizabeth II. Seu uso das tiaras também sinalizou sua integração à monarquia e sua posição como futura Rainha Consorte.
Entre favoritas e famosas, as tiaras usadas por Camilla
A primeira tiara que Camilla foi vista usando após seu casamento foi a Greville Tiara, também conhecida como Greville Honeycomb Tiara. Ela foi criada em 1921 por Boucheron para Margaret Greville e deixada em testamento para a Rainha Mãe em 1942. Seu design é de um intrincado padrão de favos de mel em diamantes, com um design sofisticado e grandioso. Quem acompanha a Família Real sabe: é a favorita de Camilla, que a usou em vários eventos de Estado.
Conforme sua posição na família real crescia, Camilla começou a usar outras tiaras importantes da coleção como a Delhi Durbar Tiara, feita para Rainha Mary (avó de Elizabeth II) em 1911 para o Durbar de Déli, na Índia. É uma das maiores e mais imponentes da coleção real, adornado com diamantes e platina.
Outra que ela usa com frequência é uma de sua coleção pessoal, a Cubitt-Shand Tiara, que pertenceu à família de Camilla, os Cubitt, e foi usada por ela em seu primeiro casamento com Andrew Parker Bowles, em 1973. Embora não seja parte das joias reais, essa tiara é uma ligação pessoal com a história de Camilla antes de se tornar membro da monarquia.
Quando Passou a Usar as Tiaras da Rainha?
Após a morte da Rainha Elizabeth II, em setembro de 2022, Camilla, como Rainha Consorte, ganhou acesso à coleção de joias da monarca, incluindo tiaras icônicas como a Belgian Sapphire Tiara, que ela usou em novembro de 2022 em um banquete de Estado, marcando sua primeira aparição com uma nova peça da coleção.
Em junho de 2024, no banquete de estado para o Imperador Nahurito e a Imperatriz Masako do Japão, Camilla literalmente brilhou com a tiara de rubis e diamantes, também feita pela Garrard, em 1973. A tiara combina rubis enviados pelo povo de Myanmar com diamantes de outra peça importante, a tiara Nizam de Hyderabad, e foi presenteada à Rainha Elizabeth II. Camilla já havia usado esta tiara anteriormente em banquetes de estado, incluindo um evento em 2023.
Ainda em 2024, ela marcou presença com duas tiaras com ligação bem próxima à sogra. Na recepção anual do Corpo Diplomático no Palácio de Buckingham, ela usou a que ela tida como uma das favoritas de Elizabeth II, a Tiara de fita de Água-Marinha, conhecida como a Tiara de Água-marinha Brasileira, que tem esse nome por ter sido feita com a série de águas-marinhas que a rainha recebeu do Brasil durante a década de 1960.
E agora, em dezembro de 2024, Camilla usou a popular Queen Mary's Fringe Tiara, que Elizabeth II usou em várias ocasiões, incluindo seu casamento com Príncipe Philip, assim como a Princesa Anne e a Princesa Beatrice também usaram em seus casamentos. Essa tiara faz parte da coleção pessoal da Família Real e foi feita de diamantes engastados em ouro e prata pela Garrard, em 1919.
Para Camilla, usar as tiaras da coleção da Rainha é mais do que uma questão de tradição e protocolo. É um reflexo de sua posição como Rainha Consorte, uma forma de honrar o legado da família real e reafirmar seu papel central na monarquia britânica. E a veremos com muitas outras ainda!
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