Uns dois meses atrás me deparei com o trailer de "Jingle Jangle" e fiquei encantada, principalmente pelo tanto de pessoas negras que apareceram no elenco. Quando o assunto é filme de Natal, infelizmente a magia não abarca todas as crianças na telinha.

Não que o filme traga um roteiro diferentão para contar sobre uma história de Natal, aliás, o que mais me encheu os olhos é justamente assistir aos clichês que eu já vi sobre a data, porém agora abrilhantado por um elenco de pessoas negras cantando num musical.

Em entrevista, o diretor afro-americano David Talbert contou que a inspiração veio do filho para reinventar um clássico de Natal estrelado por pessoas negras. Não há nenhuma lição sobre racismo, mas um exercício de normalizar mensagem de esperança no espírito natalino com um elenco diversificado.

Não vou dar spoiler, mas a aventura se trata sobre recuperar o que se perdeu. Nós acompanhamos o inventor Jeronicus Jangle, interpretado pelo gigante Forest Whitaker, na sua jornada após ser traído pelo seu assistente e perder a magia de inventar brinquedos.

Eu me rendi às músicas do filme, que contam com o envolvimento do músico John Legend. Cenas como uma guerrinha de bola de neve são interpretadas pela cantora ganense Bisa Kdei com danças que os movimentos lembram ritmos africanos. A negritude é celebrada pela ancestralidade.

Outra coisa que chama atenção é o design de cabelo criado por Sharon Martin para pequena Journey (Madalen Mills), que não só respeita seus cabelos afros, mas entrega um penteado com pequenas peças de engrenagem, tudo isso para acompanhar a identidade da pequena curiosa inventora.

Esse é o filme que esperei minha infância toda. A magia de Natal é exatamente sobre o espírito da comunidade e esperança, então nada melhor do que olhar e se enxergar nessa representatividade. E parafraseando o diretor do filme: ]

O momento pede muita esperança e mensagens positivas.