Direitos humanos nas paredes: muralista chileno apresenta sua arte em SP
São Paulo tem se transformado nos últimos anos em uma cidade de murais. Projetos como o NALATA e o MAR ajudaram a aumentar a proporção do grafite na cidade, se adequando às dimensões da metrópole. E é nessa nova roupagem de São Paulo que chega ao Brasil o artista chileno Alejandro "Mono" González, uma lenda dos murais chilenos.
Com quase 60 anos de trabalho com muralismo, González vem ao Brasil para realizar dois trabalhos. O primeiro é dentro da programação Circuito Arte Não É Privilégio, que será realizada essa semana. Na próxima, o chileno ocupará a praça Vladimir Herzog com uma obra dedicada à memória do jornalista e aos direitos humanos.
Gonzáles se considera um trabalhador da arte. Através do simbolismo de sua obra, figuras planas e com grossos contornos pretos, ele representa temas relacionados ao trabalhador comum, sua vida e obra, natureza e injustiças sociais, entre outros.
Nascido em Curicó, no sul do Chile, em 1947, tinha pai operário e mãe camponesa. Em 1963, Alejandro Mono González ingressou na Escola Experimental Artística de Santiago, onde se formou em 1967. Lá, iniciou seu aprendizado, influenciado por artistas muralistas clássicos como Diego Rivera e David Alfaro Siqueiros. Em 1969 inicia o muralismo com a nascente Brigada Ramona Parra (BRP), que se concentrava no trabalho artístico coletivo realizado com estudantes e populares.
A partir de 1990, passou a lecionar Produção Artística no programa de cinema da Universidade ARCIS e ministrar oficinas sociais de muralismo, serigrafia e outras especialidades de arte urbana em diferentes localidades daquele país. Também dá palestras sobre trabalho iconográfico em espaços públicos, tanto no Chile como na Argentina, Holanda, França, Itália, Vietnã, Ucrânia, Bélgica, Alemanha, entre outros, onde foi e continua a ser convidado a desenvolver e partilhar a sua obra pictórica e social. E, a partir dessa semana, o Brasil também fará parte dessa lista.