Arte Fora do Museu

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Gugie Cavalcanti: a mulher por trás de murais coloridos que inspiram o Rio

Apontado como um point da boemia no Rio de Janeiro, o Morro do Pinto, no bairro do Santo Cristo, é reduto de arte e cultura. Quem passa por lá, atualmente, pode apreciar a arte urbana de Gugie Cavalcanti. A obra traz a imagem de uma mulher sentada em uma mesa tocando uma cuíca, fazendo representação a uma roda de samba.

A artista Gugie Cavalcanti
A artista Gugie Cavalcanti Imagem: Divulgação

A mesa, pintada no grafite, ganha uma dimensão para fora da arte, interagindo com o teto do Bar do Baiano, o que cria uma brincadeira com os elementos do espaço. O mural faz parte do Favela Walls, projeto de revitalização urbana através da arte.

Gugie também assina um novo mural localizado na rua Carmerino, no centro do Rio, realizado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), por meio do projeto Ubuntu Carioca.

A obra "Bênção" tem a intenção de levar para a rua a atmosfera de respeito, amor, proteção e familiaridade conferidas no ato da bênção. Na imagem, uma mulher negra de turbante branco beija a mão de outra pessoa, utilizando a arte como ferramenta de reflexão sobre a liberdade religiosa.

É um gesto de respeito para com aqueles que têm mais sabedoria, que nos orientam, zelam por nós, nossos mais velhos. Gugie Cavalcanti

Nascida em Brasília e criada em Florianópolis (SC), Gugie reside e monta seu ateliê no Rio de Janeiro, na região do Morro da Conceição, na Saúde. Gugie começou na arte através da dança de rua aos 13 anos, momento em que se aproximou da cultura Hip Hop.

Formada em Artes Visuais pelo Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), a artista já coloriu a cidade de Florianópolis com diversas obras, além de ter levado seus trabalhos para outros estados, como Rio Grande do Sul, São Paulo e Ceará.

Calor da Pele, obra de Gugie Cavalcanti
Calor da Pele, obra de Gugie Cavalcanti Imagem: Divulgação

Mulher negra, artista visual, grafiteira e mãe da Lia e da Cássia, Gugie imprime seu olhar em cada tela, seja um quadro ou uma empena. Em sua obra, o povo negro tem lugar de ser e estar no mundo, não somente como sobrevivente, mas vivente.

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Ela traz personagens que sorriem, beijam e respiram, em sua naturalidade. São personagens que homenageiam amigos e pessoas reais. Dessa maneira, Gugie comunica questões sociais latentes, como o direito das mulheres e a intolerância religiosa.

A seguir, entrevista realizada com Gugie elo Arte Fora do Museu.

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