Chega de reprise! Está na hora de um remake para O Auto da Compadecida
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O Homem-Aranha teve três versões cinematográficas diferentes no curto espaço de 13 anos. Entre 2002 e 2015, os atores Tobey Maguire, Andrew Garfield e Tom Holland assumiram o manto do 'amigão da vizinhança' em blockbusters —uma trilogia para o primeiro, dois filmes para o segundo e diversas aparições no Marvel Cinematic Universe para o último, além de dois filmes solo (em breve haverá um terceiro).
Não bastasse tudo isso, de 1999 para cá, também esteve em 5 diferentes desenhos animados para a TV. No ano passado, faturou o Oscar de melhor animação por conta do longa-metragem Homem-Aranha no Aranhaverso.
Ou seja, o personagem é suficientemente popular para sustentar diversas reedições de si mesmo. Há quem prefira os filmes protagonizados por Maguire, sempre vai existir quem considere que os gibis jamais serão superados e hoje em dia tem até quem conheça o personagem apenas pelo videogame. Acontece. É um produto da cultura popular universal e estará sempre por perto.
Enquanto isso, no Brasil, o público acompanha com empolgação a reprise de O Auto da Compadecida, minissérie de 1999 dirigida por Guel Arraes e inspirada por uma peça de teatro escrita por Ariano Suassuna em 1955. Chicó e João Grilo são os anti-heróis que conduzem a narrativa cheia de artimanhas e picuinhas nos anos 30.
Trata-se de um trabalho fabuloso, que certamente merece a veneração que recebe tantos anos depois. A audiência da reestreia na Globo foi espetacular, quase mantendo os níveis da atração anterior, a novela Amor de Mãe. Mas será que não há mais nada a explorar nesse universo?
As visões de Ariano Suassuna e Guel Arraes sobre aqueles personagens estão sacramentadas e já ficaram para a posteridade. A questão é que Chicó e João Grilo poderiam se beneficiar da mente criativa de tantos outros produtores de entretenimento. É uma pena que nossa indústria não esteja acostumada a expandir os horizontes de si mesma.
Existem várias oportunidades. Um reboot, com novos atores vivendo a mesma história —ou diferentes aventuras, pois a dupla se encaixa em muitos contextos. É plenamente possível imaginar uma continuação, com Selton Mello e Matheus Nachtergaele revivendo a parceria depois de duas décadas. E nada impediria algo como uma versão com Danton Mello e Eri Johnson. Bom, talvez o bom senso. Mas tergiverso.
O mercado do entretenimento deve respeitar menos as unanimidades previamente estabelecidas. Contar histórias é uma brincadeira milenar, e precisa de ousadia e criatividade para continuar relevante. De qual outra forma um sujeito que escala paredes com uma máscara vermelha horrorosa renderia tanto dinheiro até hoje?
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A segunda temporada do podcast UOL Vê TV estreia com um debate sobre a demissão do novelista Aguinaldo Silva, a preguiça das emissoras na programação do começo de ano (incluindo O Auto da Compadecida), os melhores e piores da semana e uma efeméride sobre o BBB. Participam da mesa-redonda as sumidades Maurício Stycer, Flávio Ricco, Débora Miranda e este que vos escreve. Agora em vídeo, para que você possa apreciar nossas belas figuras.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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