Bom Sucesso: Fagundes brilhou como versão sênior de Dado da Malhação
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Todas as análises a respeito de Bom Sucesso foram as melhores possíveis. Uma novela delicada, que encantou público e crítica. A trama envolvente ganhou vida graças a um elenco talentoso, diverso e engajado, tratando da velhice, da doença e do mercado editorial com a compaixão que merecem.
Desde a protagonista Grazi Massafera até o vilão Armando Babaioff, passando por Rômulo Estrela, Fabíula Nascimento, Lúcio Mauro Filho, Sheron Menezzes e Ingrid Guimarães, todo mundo saiu ainda maior do que entrou. Um acontecimento e tanto em nossa teledramaturgia.
Mas faço aqui um breve parêntese para celebrar o astro maior da novela, Antônio Fagundes. Na pele do complicado Seu Alberto, conseguiu encantar a audiência com a ternura de um canalha à beira da morte. Viveu e morreu com grande inspiração um dono de editora que realmente gostava de livros.
No seu afã de demonstrar o quanto apreciava a literatura, Alberto citou muitos trechos de clássicos, fosse de cor e salteado ou lendo com os olhos miúdos, sentado naquela cadeira de rodas. E foi ali que o personagem serviu de plataforma para Fagundes brilhar. Como se sabe, o ator é um grande entusiasta da nobre arte de marcar palavras no papel. Mais que isso: além de decorar as falas do personagem, ainda precisava decorar as coisas que o personagem tinha decorado. É um monstro.
E foram tantas citações, e tão fascinantes, que o personagem chegou a parecer uma versão sênior do inesquecível Dado da primeira temporada de Malhação. Vivido pelo ex-paquito Cláudio Heinrich, o herói teen também gastava o verbo na hora de celebrar a língua portuguesa. E ainda tinha um bordão. Depois de sapecar algum insight inspirado pelos grandes autores do nosso tempo, mandava para as gatinhas: "Bonito isso. Li num livro".
É bom saber que a magia da literatura também sobrevive na televisão graças a personagens fascinantes como Alberto e Dado, embora eles não tenham a mesma sorte.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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