Quem é Juliana Bonde, a cantora bolsonarista que recriou a banheira do Gugu
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Sempre atenta às movimentações do showbiz nacional, a Coluna Chico Barney observa há alguns meses a escalada para a glória de Juliana Caetano, vocalista da banda Bonde do Forró.
Além do vozeirão com que encanta os ouvidos, também faz sucesso no Instagram graças a uma pitoresca personalidade que parece saída diretamente de alguma daquelas cópias da Escolinha do Professor Raimundo exibidas por SBT, Record ou Band no final dos anos 90.
Assumindo o padrão "moça inocente em trajes sumários", responde aos questionamentos de fãs nem sempre elegantes.
"Fiz uma homenagem para você hoje", escreveu um gaiato em vídeo recentemente viralizado. "Vocês falam que fazem homenagem, mas não chega. Não tá chegando. Tá enviando para onde as homenagens?", respondeu candidamente a cantora, em dúvida quanto à efetividade dos correios.
Em outra das passagens que se tornaram populares nos últimos dias, Juliana explica seus anseios futuros: simplesmente não existem. "Eu sou muito agradecida a Deus, pois já realizei todos os meus sonhos. Não tenho mais nenhum. Eu tinha o sonho de ter piscina, uma banheira e ter cabelo comprido. Eu já realizei tudo."
Pode parecer uma versão vida real da Magda de Marisa Orth, mas trata-se de uma personagem meticulosamente criada em laboratório. Um trabalho de ourives que inclusive prescinde de qualquer Caco Antibes. A interlocução com o público já basta.
Por trás do humor aparentemente inocente, antigo como o velho e querido banco da Praça é Nossa, se esconde uma perspectiva cáustica a respeito da condição humana. A piada não é com Juliana mas com os seguidores. E o niilismo corrosivo estende seus tentáculos.
A banda realizou uma live no mês passado em que desfilou hits como "Garota de Programa", "Amor de Rapariga" e "Tome na Pepeka". Mas as atenções ficaram voltadas para a reta final do evento, quando rolou uma reedição da banheira do Gugu.
"Para de comentar que tá vulgar. Não! É uma homenagem para o Gugu, que morreu ano passado em casa. Fique em casa, gente!", exclamou em dado momento. É algo muito mais próximo da obra de Eric Andre, cheia de camadas de perversão e crítica social pelo avesso, do que qualquer personagem de Zezé Macedo.
Juliana participou ativamente da campanha de Jair Bolsonaro em 2018. Puxou mutirão de votos como se estivesse torcendo em um reality show, fez fotos usando roupas com o rosto do político estampado e lançou vídeos dizendo que outros artistas eram contra o candidato por conta da Lei Rouanet. Mais recentemente, em março, convocou para as manifestações a favor do governo, já durante a pandemia.
Assim como a assessoria de Jair, a artista entende muito bem como funciona a internet. Com práticas aparentemente simples, mas muito bem pensadas, está alcançando uma relevância cada vez maior. A estratégia já garantiu mais de 4 milhões de seguidores só no Instagram.
Ainda hoje, segue apenas 6 perfis por lá: fã-clubes, a própria banda e o atual presidente da República.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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