Na MTV, Teleguiado com Cazé foi um dos auges da televisão brasileira
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"E aí, Dona Marlene! Malhou o Judas no sabadão?" Foi com esse gancho que Cazé Peçanha fez com que minha avó entrasse para a história da TV brasileira. Era um dia qualquer logo depois da Páscoa, há uns 23 ou 24 anos.
O programa Teleguiado vivia o início do seu auge, com um estilo anárquico que só parecia possível na MTV Brasil daquela época.
Tratava-se de um formato terrivelmente simples: o apresentador ligava para as pessoas que se cadastravam no banco de dados da emissora, elas pediam um clipe e batiam um papo quase sempre lisérgico, com temas dos mais variados.
Se a música requerida não estivesse disponível, Cazé desligava "na cara" do telespectador —e este se tornaria um dos bordões mais importantes para juventude pré-bug do milênio.
Peçanha, na verdade nascido Pescini, desconstruía com frequência o fluxo dos acontecimentos, adicionando camadas ou destruindo o cenário no clássico Dia de Shiva —muito antes de Eric Andre começar a implementar o caos em seu talk show no Adult Swim.
O humor nada óbvio do VJ ajudou a expandir os horizontes da geração que cresceu assistindo a MTV. E adiantou em décadas as tendências da comunicação que só se tornaram mainstream após a explosão do YouTube e outras redes sociais.
Naquela tarde em que Cazé ligou para casa, eu havia saído mais cedo para jogar bola na escola. Minha avó também era fã do programa, e não titubeou ao solicitar uma música dos Presidents of the U.S.A. que eu andava fascinado naquele período esquisito da juventude.
Nos 70 anos da televisão brasileira, fica a homenagem a este inestimável encontro entre duas figuras importantes para meus anos de formação.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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