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Chico Barney

REPORTAGEM

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Ronald Rios anuncia retorno à comédia

Ronald Rios na época em que apresentava o "A Semana", na TV Gazeta - Reprodução / Facebook
Ronald Rios na época em que apresentava o "A Semana", na TV Gazeta Imagem: Reprodução / Facebook

Colunista do UOL

24/04/2021 13h56

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Ronald Rios é um artista de rara sensibilidade e referências absolutamente inusitadas. Isso faz com que ele tenha uma abordagem muito particular em tudo o que se propõe fazer. E não é pouca coisa.

Na entrevista a seguir, conversamos a respeito de sua relação com o rap, o retorno à comédia e a possibilidade de participar de um reality show.

Ronald, o senhor foi um pioneiro no YouTube e também um desbravador no podcast. Como são essas experiências?

Para mim é sempre um prazer desbravar tecnologias "quando era só mato" e ver as pessoas fazendo fortunas nelas depois. É muito bom. Me sinto satisfeito como Roy Raymond.

Mas ironicamente eu não sou um cara muito tecnológico. Encarei o YouTube como uma chance de fazer a MTV em casa, que foi literalmente o que era o Badalhoca: um programa da MTV gravado num apartamento. Não era emulando para parecer "conectado". Era um programa em casa mesmo. Que a gente botava nossos amigos no ar. Já o podcast, eu trato o Pura Neurose como tratava meu programa na Jovem Pan, mas sem a síndrome de Estocolmo que tinha com o Tutinha.

Como a pandemia afetou sua produção de conteúdo?

Cara, eu gosto muito de estar com meus camaradas tentando inventar coisas novas. Então eu senti bastante isso. Eu sou muito CDF da pandemia, então não quebrei para criar conteúdo. Confesso que isso me atrasou um bocado, mano. Eu sinto falta de poder encontrar meus amigos para criar e rodar conteúdo. Isso me deixa bolado, na real.

Eu não sou exatamente a figura mais sociável, gosto muito de encontrar meus amigos para criar piadas. Isso não fazer parte da minha vida me deixou até hoje meio para baixo. Mas é aquela coisa: é um pedaço de tristeza insignificante num mar de bosta que tá todo mundo tentando respirar bem - literalmente. Então dá para aguentar.

O sucesso do seu podcast, o Pura Neurose, marca seu reencontro com a comédia, após esses anos mais envolvido com jornalismo musical?

O Pura Neurose com Ronald Rios tá indo pro seu quinto ano. Começou como um projeto 100% indie, enquanto eu me dedicava ao jornalismo musical - foram 5 anos apenas cobrindo rap. Nos últimos dois anos o podcast cresceu, estamos caminhando rapidamente para 3 milhões de plays. Ele é um misto de tudo que eu já fiz na comédia. É um pouco do que era o Com a Palavra/Badalhoca na MTV. É muito do que era o Oráculo Jovem Pan. Tem também um elemento de sátira política, que é um lado meu que o pessoal conheceu mais no CQC.

Eu vou dar uma pausa de leve nos projetos de rap. A partir do mês que vem, eu saio da minha casa Laboratório Fantasma, e vou botar marcha em alguns projetos de comédia. Também não estou mais escrevendo para jornal nenhuma. Não vou ficar 100% longe do Hip Hop pois estou produzindo um doc sobre o DMN e tenho o podcast do Rap Cru também, mas que é um encontro de amigos, então nem parece trabalho. Mas vou limitar a isso por ora.

Não tem como me tirar totalmente do rap, mas eu preciso dividir espaço com meu chamado inicial, que é a comédia. Então estou embaixo duma pilha nova de roteiros e piadas que quero botar no mundo. São 8 anos sem fazer shows, ainda quero ver se sei fazer isso. Mas acima de tudo essa é a primeira vez desde 2010 que eu estou com a cabeça focada em criar comédia. Então Netflix, HBO e Amazon Prime: venham a mim. Pois tenho coisas a oferecer e não é seriado de pobre gritando entre si.

O senhor toparia participar de um reality show? Qual formato mais lhe apetece?

Sempre fui muito contra reality show. Muito. Eu fui diginfluenciado pelo senhor a prestigiar a casa mais vigiada do Brasil. E confesso que estava me divertindo demais com as confusões e trapalhadas da Caroline, aka Karol Conká. Ela saiu e a casa perdeu um pouco do molho. Essa fase final chamou minha atenção porque é como assistir um jogo de xadrez onde as peças jogam e tentam adivinhar a todo instante a regra do jogo. Eu gosto de ver os ratos em ação.

E acho que, como todo mundo que começa a ver demais, você começa a achar que tem as respostas. Que se fosse você lá, seria o rei da diplomacia e conseguiria facilmente um lugar no top 10. Então confesso que me pego pensando como seria navegar terça a terça no BBB. Mas a sorte influencia muito mais que qualquer sapiência, do contrário a gente não teria mentes como Pocah e Arthur próximas do seu primeiro milhão sem ter que sujeitar a assistir uma palestra do Primo Rico.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.