Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Série da Elize Matsunaga sofre na comparação com o Caso Evandro
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Longe de mim estabelecer aqui uma rinha de documentários, mas a verdade é que o Brasil entrou com gosto na onda das produções inspiradas em crimes de ampla repercussão. Desta feita, fica difícil não comparar a abordagem de dois dos mais eloquentes lançamentos dos últimos tempos.
O Caso Evandro do Globoplay tem como base o trabalho de Ivan Mizanzuk no seu podcast Projeto Humanos. Durante alguns anos, o jornalista ficou debruçado sobre as investigações do crime. Acabou trazendo um novo olhar que serviu para transformar as noções previamente estabelecidas a respeito do ocorrido.
Isso foi fundamental para que a versão dos acusados, que sempre afirmaram ter sofrido tortura para confessar o crime, ganhasse força e encontrasse até provas materiais, como as fitas reveladas no episódio 7.
Acho que teria aproveitado melhor o documentário Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime da Netflix se não tivesse assistido à série do Globoplay antes. É um bom trabalho de contexto a respeito de uma história bastante conhecida. Justamente por isso, traz poucas novidades, apesar da entrevista inédita e exclusiva com a assassina.
No final das contas, o Caso Evandro parece fruto de uma obsessão bastante específica do seu autor, que juntou pontas soltas e conseguiu influenciar ativamente a história que estava contando.
Como em Making a Murderer da Netflix ou Paradise Lost da HBO: hoje é impossível contar a história destes crimes sem incluir a própria existência dos seus documentários como capítulos fundamentais para o entendimento geral das coisas.
É uma barra altíssima, difícil de alcançar, mas certamente deve servir como parâmetro a todos os que se envolverem no gênero daqui para frente.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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