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Chico Barney

OPINIÃO

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Série da Elize Matsunaga sofre na comparação com o Caso Evandro

Elize Matsunaga - Divulgação/Netflix
Elize Matsunaga Imagem: Divulgação/Netflix

Colunista do UOL

13/07/2021 17h07

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Longe de mim estabelecer aqui uma rinha de documentários, mas a verdade é que o Brasil entrou com gosto na onda das produções inspiradas em crimes de ampla repercussão. Desta feita, fica difícil não comparar a abordagem de dois dos mais eloquentes lançamentos dos últimos tempos.

O Caso Evandro do Globoplay tem como base o trabalho de Ivan Mizanzuk no seu podcast Projeto Humanos. Durante alguns anos, o jornalista ficou debruçado sobre as investigações do crime. Acabou trazendo um novo olhar que serviu para transformar as noções previamente estabelecidas a respeito do ocorrido.

Isso foi fundamental para que a versão dos acusados, que sempre afirmaram ter sofrido tortura para confessar o crime, ganhasse força e encontrasse até provas materiais, como as fitas reveladas no episódio 7.

Acho que teria aproveitado melhor o documentário Elize Matsunaga: Era Uma Vez Um Crime da Netflix se não tivesse assistido à série do Globoplay antes. É um bom trabalho de contexto a respeito de uma história bastante conhecida. Justamente por isso, traz poucas novidades, apesar da entrevista inédita e exclusiva com a assassina.

No final das contas, o Caso Evandro parece fruto de uma obsessão bastante específica do seu autor, que juntou pontas soltas e conseguiu influenciar ativamente a história que estava contando.

Como em Making a Murderer da Netflix ou Paradise Lost da HBO: hoje é impossível contar a história destes crimes sem incluir a própria existência dos seus documentários como capítulos fundamentais para o entendimento geral das coisas.

É uma barra altíssima, difícil de alcançar, mas certamente deve servir como parâmetro a todos os que se envolverem no gênero daqui para frente.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.