Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Sem medo do ridículo, The Masked Singer Brasil é um The Voice Teletubbies
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Olha a hipocrisia: aqui estou eu dando uma de Everaldo Marques e usando o termo ridículo para elogiar alguma coisa —no caso, o programa The Masked Singer Brasil. O programa é brega a começar pelo título, e não tira o pé do acelerador da bizarrice em nenhum outro momento.
É uma espécie de The Voice na versão Teletubbies: para ninguém saber quem está cantando, os 'calouros' usam fantasias escalafobéticas, algo entre o infantil e o carnavalesco. Teve unicórnio primo dos pequenos pôneis, arara com lantejoulas, coqueiro que parecia uma cenoura.
Os jurados não decidem nada, na verdade ficam apenas tentando adivinhar quem é o cantor. O elenco foi muito bem formado, com Simone, Taís Araújo, Rodrigo Lombardi e especial destaque para um performático Edu Sterblitch.
Quem elimina é a plateia, que vota em cada disputa entre dois fantasiados. Dos 6 concorrentes misteriosos do primeiro programa, quem se deu pior foi justamente o cachorro-quente simpático e sorridente. Descobrimos que era simplesmente Sidney Magal.
Gosto muito do efeito sonoro que usaram para disfarçar quem é cada artista. Uma coisa meio Tabata, personagem clássico do Otávio Mesquita. Nem sempre disfarçou o suficiente, pois alguns nomes parecem certos, como Priscila Alcântara e Sandra de Sá. Por mim, tudo bem.
Todo o clima do programa é muito absurdo e exagerado. Nesse sentido, faltou à apresentadora Ivete Sangalo um pouco mais de jogo de cintura para abraçar esse universo lúdico e caótico. A abordagem dela pareceu muito normal, como se nada de esquisito estivesse acontecendo.
Ainda assim, foi uma estreia fascinante e tem potencial para melhorar quando todos estiverem mais à vontade em seus papéis. Essa coisa meio Chacrinha estava em falta na TV, e é sempre bom ver atrações pitorescas no ar.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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