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Chico Barney

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

BBB 23: Key e Bruno pareciam não conhecer nada do Skank. Como é possível?

BBB 23: Samuel, do Skank, deixa palco e toca com brothers na festa - Reprodução/Globoplay
BBB 23: Samuel, do Skank, deixa palco e toca com brothers na festa Imagem: Reprodução/Globoplay

Colunista do UOL

28/01/2023 12h49

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Não gostar do Skank já parecia algo terrivelmente raro. A banda é como a pizza de muçarela, você pode até não ser fã, mas duvido chegar a não apreciá-la.

Mas não conhecer o Skank? Nunca imaginei que isso fosse possível. De qualquer forma, o BBB 23 ajudou a expandir meu entendimento do mundo contemporâneo.

Os mineiros foram um fenômeno cultural durante os loucos anos 1990. Depois do sucesso razoável do primeiro álbum, de 93, estouraram com o seguinte, Calango, de 94. E dobraram a aposta com Samba Poconé de 96.

Foi o que os tornou uma instituição para minha geração. De lá para cá, lançaram muitos hits, mas em um mercado fonográfico diferente e um cenário de consumo de conteúdo cada vez mais segmentado.

Fiquei impressionado ao notar que participantes como Key Alves e Bruno Gaga aparentemente não conheciam uma só letra dos petardos entoados por Samuel Rosa e seus colegas. Bobagem minha.

O que entendo como marco geracional nesse caso não é o fato de pessoas mais jovens não conhecerem algo que considero tão grande para o universo muito popular brasileiro quanto o Skank, mas o fato de existirem núcleos de pessoas mais jovens que não conhecem o Skank. E milhões de outras referências que julgo importantes, mas que para eles não serão.

Com certa frequência descobrimos sumidades com milhões de seguidores nas redes sociais ou centenas de milhares de livros vendidos ou séries que são o grande assunto para determinado público. O futuro nos colocou todos em bolhas, e será cada vez mais raro um espaço de comunhão entre diferentes aldeias —como o BBB, por exemplo.

Como diria Fred Nicácio citando Lulu Santos, assim caminha a humanidade. Por mim, tudo bem.

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