Gisele em alta na Sapucaí e BBB em crise: é o fim das subcelebridades?

Uma comoção de proporções raras vezes vista nos últimos tempos invadiu a Sapucaí graças à luminosa presença de Gisele Bündchen, de volta ao carnaval carioca após um hiato de 12 anos. Para além do burburinho no recinto, uma repercussão mastodôntica ao longo do dia em sites e redes sociais.

Enquanto isso, em Curicica, o BBB 23 vive seu momento mais movimentado até aqui, com um turbilhão de acontecimentos para nenhum entusiasta reclamar. Mas a audiência e o boca a boca do programa ainda seguem distantes das temporadas mais recentes.

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Uma das características da (ótima) temporada atual do reality foi o fato de não trazer nomes de fama indiscutível no seu elenco. Há excelsas figuras muito relevantes em seus meios, mas nada acachapante como ano passado.

Alguns chegam a cogitar que esse seria um dos motivos para o desinteresse de parte do público. E observando o elevado fascínio por Gisele na Sapucaí, passo a considerar a hipótese.

Ao longo das últimas décadas, o conceito de celebridade foi ganhando contornos cada vez mais amplos. Neste Brasil pós-Orkut em que vivemos, todo mundo é famoso em algum recôndito virtual. E isso mudou bastante o mercado.

O fácil acesso à vida cotidiana dos outros fez com que houvesse um aumento exponencial na demanda da presença constante de pessoas que, em outros momentos da história, tinham como estratégia ficar mais tempo fora do radar. Agora é o contrário: ou você é exposto para receber seus likes, ou rapidamente é esquecido.

O mito da estrela ou do astro inacessível vai caindo por terra a cada nova atualização dos algoritmos. E isso talvez esteja empapuçando a sociedade civil. Quantas vezes os mesmos rostos aparecendo na timeline o tempo todo?

Pois a distância geográfica e espiritual de Gisele do nosso centro nervoso permitiu que o encanto que existia em outros momentos também com outras pessoas notáveis fosse replicado em novas condições.

Desta feita, o frenesi em torno da modelo em uma ação publicitária em pleno carnaval aponta para duas importantes hipóteses: talvez estejamos todos um pouco exaustos de conhecer gente nova, e é fundamental respeitar o recuo da bateria de si mesmo. Pois o tempo ruge... E a Sapucaí é longa.

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