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Chico Barney

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

BBB 23: Saída de Alface para Larissa é mais uma derrota do Brasil

Colunista do UOL

20/04/2023 10h32

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Lembra dele? O saudoso BBB 23 continua sendo transmitido pela Globo, pelo menos até o dia 25 de abril. E hoje tem paredão! Sabe? Quando as pessoas (quer dizer, supostamente pessoas) votam para eliminar um participante, e tal. Hoje a disputa é dupla, algo que não acontecia desde Prior versus Hadballa em 2020.

E quem está na berlinda? Ricardo Alface e Larissa. São dois estilos de jogo completamente diferentes, a ponto de valer uma análise mais detalhada da conjuntura.

O jogo da Larissa
Sempre foi truculenta, com um forte senso de oportunidade. Quando percebe algum flanco aberto no campo do adversário, ataca sem dó nem piedade. Já era assim antes da eliminação, quando era conhecida em verso e prosa como A Grande Dama das Segundas-Feiras, por se guardar durante a semana para brilhar no Jogo da Discórdia.

Mas ficou ainda mais cirúrgica quando retornou na repescagem. Voltou com um dossiê sobre adversários e aliados debaixo do braço. E aí deitou e rolou, de um jeito ainda mais frio e calculista. Utilizou artilharia pesada para atacar a reputação de Domitila e Cezar, sempre em momentos estratégicos.

Mas a melhor jogada foi se escorar na Amanda, de quem nunca foi muito próxima, depois de descobrir que ela tinha uma torcida forte aqui fora. Chegou a pedir ajuda para os docshoes no Raio X. Manipulou sem nenhum constrangimento. Isso é BBB, afinal de contas.

O jogo do Alface
Encantou o Brasil por um estilo completamente diferente. Enquanto as desérticas tentam emular de um jeito bem baixo o jogo das fadas sensatas no BBB 20, Ricardo fez o possível para viver o sonho de um Big Brother Brasil idílico, que virtualmente não tem mais espaço para existir.

Brigou por causa de fila no banho, por frigideira suja, por combinação de votos. Teve um grande nêmesis na figura de outro calvo, o Cezar, foi expulso do próprio quarto, traiu quem confiava nele, mas foi fiel ao que acreditava ser melhor para si mesmo —e mais do que isso, para o público.

Alface é o melhor tipo de jogador que existe: aquele que vacila, mas não priva a audiência de um entretenimento de qualidade. A tal da "movimentação do jogo" que virou um mantra esse ano é isso, a busca por garantir um programa divertido para nós.

E a leveza com que Alface nutriu esses meses de boas narrativas deveria fazer com que ele chegasse ainda mais longe. Mas essa dedicação à vida lá dentro daquela mansão cenográfica não encontrou o mesmo eco que as estratégias pesadonas de Larissa e suas asseclas, infelizmente.

***

Então o paredão de logo mais provavelmente terá o menor número de votos da temporada, com Alface indo embora com as luzes já apagadas, não pela proximidade da grande final, mas pelo profundo desinteresse da sociedade civil com esse BBB 23 sequestrado por facções radicais.

É outra derrota do Brasil. Uma pena. Merecíamos todos melhor sorte.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.