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Sucessora de Chacrinha, Mariana Rios não veio explicar, mas confundir
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"Eu não vim para explicar. Vim para confundir". A frase é uma das mais célebres do Chacrinha, um dos dínamos da comunicação brasileira. A afirmação debochada dava o tom caótico dos programas que apresentou durante sua longa jornada na televisão do século passado.
E o deboche é também a melhor característica de Mariana Rios na condução do igualmente caótico reality show A Grande Conquista na Record.
O lado ruim: o programa ainda se atrapalha na hora de explicar ao público do que se trata. A produção parece confiar excessivamente no verbo para dar conta de implementar um formato inédito que é um tanto rocambolesco. Oitenta participantes, três casas que vão virar uma mansão, anônimos, famosos, quase famosos e celebridades desconhecidas... São muitas camadas.
Em vez de confiar apenas no texto que Mariana Rios declama dia após dia, poderiam tentar utilizar subterfúgios como o BBB: fazer um diagrama, uma animação ou até um slide de PowerPoint, como tem recorrido Tadeu Schmidt para explicar as dinâmicas malucas de cada semana em Curicica.
Fato é que o reality é muito menos complicado do que a Record faz parecer quando finalmente conseguimos entender o caminho das pedras. E nesse sentido, a função de Rios tem sido mais confusa do que explicativa.
O lado bom: a apresentadora é muito engraçada. O supracitado tom de deboche quando precisa interagir com o elenco pitoresco reunido em Itapecerica da Serra é um deleite.
A noite de quarta-feira foi especialmente iluminada. No melhor episódio da temporada até aqui, ela trocava de câmeras como Jorge Bevilácqua no Jardim Urgente da Globo. E se divertia tanto quanto todos nós com o absurdo da situação na qual está inserida.
Conversando com um dos participantes para tentar entender por qual motivo ele havia desistido de uma prova de resistência, o rapaz tentava explicar que precisou sair após o corpo cobrar a conta por ficar sete dias sem ir ao banheiro. "Xixi?", questionou a apresentadora. "Cocô", respondeu de bate-pronto, detalhando a terrível cólica que sentiu.
Além da curiosa hipótese de alguém ficar todo esse tempo sem urinar e ainda assim conseguir participar de um programa de TV, Mariana Rios tentou coibir a manifestação com bom humor, lembrando que estavam ao vivo na TV —como se o cocô fosse de alguma maneira mais grave para os ouvidos da audiência do que o xixi. Uma preocupação excessiva, uma vez que, como vaticinou a já saudosa Rita Lee, tudo vira bosta.
De qualquer forma, a jornada pela qual estou mais ansioso para prestigiar ao longo das próximas semanas não é de nenhum participante, mas justamente de Mariana Rios. Essa mistura de carisma, bom humor e muito deboche com os desafios de quem ainda está pegando o jeito de um formato maluco como A Grande Conquista promete ser um entretenimento vigoroso.
Pois citando outra frase do Chacrinha, "quem não se comunica, se trumbica". Mas às vezes é ainda mais divertido quando acontecem as duas coisas ao mesmo tempo.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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