Topo

Chico Barney

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Brasil não soube valorizar o privilégio de ter Faustão todo dia na TV

Colunista do UOL

19/05/2023 12h44

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O inexorável Fausto Silva fez o impensável: ao sair do Domingão na Globo, resolveu quintuplicar a aposta e transformar seu programa em diário na Band. E a cada dia uma atração diferente, sempre dentro daquele espírito que o consolidou como um dos maiores da história.

Apesar do início promissor, a verdade é que o Brasil não soube valorizar corretamente o privilégio de ter Faustão todos os dias na TV. Merecia audiência e repercussão bem maiores do que tinha, mas os desafios da TV aberta em 2023 são totalmente diferentes de outros tempos.

Seria necessária uma estratégia de programação que garantisse uma musculatura maior do que algo tão pontual. E o público está cada vez mais difuso, muitas vezes consumindo ao vivo só o que é urgente, como jogos de futebol, noticiário ou as competições dos realities. Os patamares do que é sucesso na TV aberta estão mudando muito.

Ainda assim, acredito que o apresentador conseguiu começar um trabalho que pode ser muito importante para a Band: implementou uma recorrência no fluxo de audiência para a emissora no horário nobre —que durante 20 anos foi alocado para uma igreja evangélica. É um ganho estratégico importante, se tiverem algum interesse de pensar a longo prazo.

Para o Faustão, acredito que o melhor caminho em seu próximo projeto é investir na escassez, para criar no público a expectativa sempre no máximo. Quando ele saiu da Globo, achei até que faria algo parecido com o David Letterman depois do Late Show: temporadas curtas e intimistas em alguma plataforma internacional de streaming. Quem sabe agora?

Veja o debate que tive com a jornalista Bárbara Saryne a respeito do assunto no Central Splash.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.