O grande problema do Domingão com Luciano Huck

Vive uma boa fase o Domingão com Luciano Huck. Há alguns meses o programa parece ter encontrado um bom equilíbrio na divisão de tempo entre quadros fixos e o papo do apresentador com os convidados fixos e rotativos.

Mas parece que algo deu uma descalibrada no episódio levado ao ar no último domingo. A ideia de fazer do Dança dos Famosos o fio condutor do programa é ótima, mas faria bem alguma parcimônia na estratégia de como rechear os 150 minutos de exibição.

O impacto de todas as atrações, especialmente a principal, acaba sendo bastante diluído. A competição perde força, parecendo uma mera desculpa para vários outros ganchos que acabam não sendo apreciados da maneira como poderiam. Tudo fica um pouco banal.

Veja o caso do ilustríssimo elenco fixo do Domingão, especialmente dona Déa Lúcia, que está subaproveitada. Empresta seu carisma, junto com Lívia Andrade, para momentos pontuais, mas fazem falta aqueles nos quais ela realmente se impõe com uma função melhor estabelecida.

O extraordinário Rafael Portugal também protagonizou, no meio da Dança dos Famosos, um longo esquete dividido em duas partes -excessivamente longas, o que talvez tenha atrapalhado no atingimento do efeito esperado, o riso.

Descomprimir as narrativas e fazer render os assuntos, com tempo para dialogar com tantos participantes, é uma boa premissa do Domingão em 2023. Está chato o excesso de compartimentação e formatos redondinhos no resto da programação televisiva como um todo. Mas é fundamental achar um certo equilíbrio, para que as boas propostas não percam a contundência e a relevância.

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