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Novo Aranhaverso não é um filme, é uma cena pós-crédito de 2 horas e meia
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Homem-Aranha: Através do Aranhaverso é encantador. Ainda mais calcado no carisma de seus protagonistas, o filme é também um acontecimento sob o ponto de vista técnico. A animação nunca foi tão espetacular na tela do cinema.
E também é uma subversão tremenda sob o ponto de vista da narrativa básica de qualquer filme, seguindo o que parece ser uma tendência nas mais contundentes franquias de Hollywood. A exemplo do que acontece em Velozes e Furiosos 10, a nova aventura de Miles Morales tem começo, meio e outro começo no lugar do que seria sua reta final.
Ou seja, é como se fosse uma cena pós-crédito de duas horas e meia. Uma longa contextualização e preparação dos personagens para a ação de verdade, que ficará para uma próxima oportunidade. A história não tem fim, apenas dois começos.
No primeiro começo, Miles descobre que seus amigos do primeiro filme agora fazem parte de uma espécie de Vingadores do multiverso, mas apenas com heróis relacionados aos poderes aracnídeos. No segundo começo, ele precisa salvar o próprio pai. Mas aí já é tarde demais —não necessariamente para o pai, descobriremos isso no ano que vem, mas para o filme, que é interrompido no que seria seu clímax.
Ao longo dos últimos 15 anos, nos acostumamos com a lógica da Marvel de que cada filme era apenas uma casca da grande cebola narrativa que nos é oferecida em duas ou três porções anuais. Mas ainda assim, costumava haver quase sempre um esforço para algum tipo de conclusão da lógica interna daquela experiência particular —por mais que deixasse pontas soltas para os próximos lançamentos.
O que Miles Morales e Dominic Toretto fizeram nesta temporada é bem menos sutil. São filmes exibidos pela metade, que importam para as salas de cinema a lógica das séries com cliffhangers que deixam a narrativa suspensa por um ano.
Se duas horas e meia já parecia comprometimento demais com esse tipo de entretenimento, imagine só dobrar a meta —ainda com pelo menos um ano de intervalo. É confiar demais na capacidade do nosso cérebro de reter informação inútil. O lado positivo é que estamos provando cada vez mais que sim, é possível esticar essa corda. Por mim, tudo bem.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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