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Chico Barney

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Os mais terríveis problemas da Globo atualmente

William Bonner apresenta o Jornal Nacional - Reprodução/TV Globo
William Bonner apresenta o Jornal Nacional Imagem: Reprodução/TV Globo

Colunista do UOL

07/06/2023 08h56

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A Coluna Chico Barney estreia hoje mais uma nova série de reportagens, que na verdade são apenas opiniões, em que trataremos dos maiores problemas na programação das principais emissoras do país.

Para abrir os trabalhos, nossa valorosa equipe pinçou cinco questões graves que afligem os telespectadores da Globo —ou, no mínimo, o telespectador que redige estas linhas.

1. Tony Ramos precisa perdoar Cauã Reymond
O pai não perdoa o filho por causa da mãe que faleceu no parto. Essa era a trama de Renascer, que teria um remake exibido logo após Terra e Paixão. Mas alguém esqueceu de ler a sinopse de Terra e Paixão, pois lá está escrito: "o pai não perdoa o filho por causa da mãe que faleceu no parto".

Ou o personagem de Tony Ramos supera rapidamente essa questão com Cauã Reymond, ou a emissora vai precisar pensar em uma alternativa. Mudar a trama de Renascer talvez seja radical demais, uma vez que será a mesma equipe responsável pela nova versão de Pantanal e não houve muita disposição para novidades.

A confusão nessa fila com a repetição insistente de temas deixa evidente que está faltando um carinho maior para olhar a teledramaturgia da TV aberta da Globo.

2. Beijos guardados
Retrocesso inadmissível o boicote de beijos entre personagens do mesmo sexo em novelas e séries, inclusive produzidas pela própria emissora. Mais uma atitude em completa desarmonia com o discurso inclusivo e progressista da frente institucional da empresa.

3. A insistência com o futebol às quartas
Sempre ouvi dizer que TV é hábito. Nunca foi tão difícil construir e reafirmar hábitos neste mundo pós-TikTok, no qual facilmente somos tragados por algoritmos que fazem carinho em nossos cérebros.

A programação do horário nobre é terrivelmente alterada às quartas por conta de jogos de futebol. O jornal começa mais cedo, a novela é mais curta, os chakras da audiência são desalinhados. Eis uma tradição que precisa acabar.

4. Oportunidade perdida no marketing do JN
Agora o principal telejornal do país é patrocinado por um banco digital cuja primeira sílaba é "Nu". Esta é também a marca da instituição, que agora abre o programa com os dizeres "Nu apresenta Jornal Nacional".

Há décadas que existe o mito de que os condutores do JN estariam sem as calças, trajando ceroulas por debaixo daquela bancada. O fato disso ainda não ter sido referenciado em nenhuma instância oficial talvez signifique que eu seja o último brasileiro com saudades das paródias do Casseta & Planeta. Perdão.

5. The Voice
Que legal que tanta gente no Brasil saiba cantar a ponto de sustentar 300 temporadas ao longo de pouco mais de uma década do formato no Brasil. E fico feliz que existam artistas renomados tão dispostos a girar naquelas cadeiras e opinarem com profundidade a respeito da milésima versão de "Como nossos pais". Tudo bem.

Mas acho que já está de bom tamanho. Que tal começar a investigar quais outros talentos a população esconde? Fico no aguardo.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.