Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
No Casamento às Cegas brasileiro, o único amor verdadeiro é pela fama
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A terceira temporada de Casamento às Cegas conseguiu replicar para o telespectador a experiência dos participantes no programa: durante as cabines, muito entretenimento. Na hora do enlace, uma chatice previsível.
Mas foi certamente a melhor edição do formato no Brasil. Isso se deve ao poder midiático do elenco, muito interessado em render bons momentos e garantir que suas histórias chegassem à versão final dos episódios.
Só que essa disposição acarretou em um problema grave: em vez de reality show, parece uma dramaturgia de quinta categoria. A impressão é que a imensa maioria dos casais se suportou até o fim simplesmente para ter mais tempo de tela.
Todos toparam casar e isso é terrivelmente anticlimático. Não que eu esteja torcendo pelo amor na contramão, mas do ponto de vista narrativo, de nada adianta o tal experimento se uma ou outra história simplesmente não funcionar para os envolvidos.
Isso fez com que a produção precisasse apelar para subterfúgios bem chinfrins, como encerrar o penúltimo episódio com um dos noivos fingindo que tinha dito não para a noiva —apenas para a Netflix carregar em questão de segundos o derradeiro capítulo, com a solução frustrante da marmota.
Ainda haverá um especial ao vivo com o reencontro dos participantes, a ser exibido pela plataforma no dia 2 de julho. Lá descobriremos como ficou a saga de cada um depois do casório. A julgar pela performance nas redes sociais, todos encontraram os amores de suas vidas: as luzes da ribalta. Por mim, tudo bem.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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