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Chico Barney

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Agora é oficial, Elon Musk finalmente conseguiu acabar com o Twitter

Colunista do UOL

24/07/2023 10h37

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Quando Elon Musk adquiriu o Twitter, ele não queria exatamente a rede social, mas a base de usuários, para começar um empreendimento um tanto diferente. O bilionário pretende transformar a plataforma em um grande viabilizador de transações financeiras, ou algo do tipo.

Um passo importante aconteceu hoje, quando o passarinho azul veio à óbito para que surgisse o novo logo do novo nome: X. Musk é como o Eike Batista e o Professor Xavier, gosta de colocar essa letra em seus empreendimentos.

Os tuiteiros estão aproveitando o próprio fim da melhor maneira, como no Baile da Ilha Fiscal. Perceberam que o desenho do X lembra um pouco a Caixa Econômica Federal, entre outras diversões. Os gracejos tentam disfarçar as lágrimas.

Aliás, não existem mais tuiteiros. Assim como não existem mais bailarinas do Faustão —todas são ex-bailarinas do Faustão, todos somos ex-tuiteiros. Tempos estranhos. Ainda não sabemos qual é o novo nome da nossa categoria. Xizers? Exers (se fala é-qui-ser)? Derrotados?

Fato é que está cada vez mais forte o movimento dos barões da tecnologia para alterar de cima para baixo a tapeçaria da internet como conhecemos. Isso sempre existiu, é verdade, mas nunca de maneira tão pouco sutil.

Foi pelo Twitter que acompanhei os melhores e piores momentos da televisão brasileira e mundial. Foi por onde me informei a respeito de coisas que nunca tinha tido a intenção de saber, como o caso da Marina Joyce e tantos outros. Fiz amigos, fui chamado de careca e, durante anos, bloqueado pelo Boninho.

Quem entra no Twitter agora parece que chegou em um bairro que andava meio abandonado e está passando por um intenso processo de gentrificação. A varanda gourmet é pequena e com uns ladrilhos horrorosos, os quartos são apertados, não tem banheiros o suficiente e o preço do aluguel, não quero parecer dramático, mas é a sua alma.

O Twitter acabou e nem tivemos tempo de velar o morto. Ou talvez tenhamos passado os últimos meses todos em negação —já era evidente, o paciente estava desenganado. O que vem a seguir é uma letra do alfabeto, uma das últimas, apenas para nos lembrar que o fim estará sempre próximo. Mas enquanto estivermos conectados à internet, dificilmente descansaremos em paz.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.