Chico Barney

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O filme do Besouro Azul é chatinho, mas pelo menos acaba rápido

O filme do Besouro Azul tem qualidades surpreendentes. A maior delas é a sua duração: enquanto o gênero de super-heróis insiste numa tendência de construir épicos vazios e modorrentos com três horas de duração, a nova aventura da DC mal passa dos 120 minutos. Um alívio.

É possível ir ao cinema à noite e ainda pegar um ou outro restaurante aberto. Se for o caso, dá até para partir rumo a um boteco, já que a alma do espectador dificilmente estará em frangalhos após prestigiar a leve e divertida história de origem do Besouro.

Leve, divertida e chatinha, é bem verdade. Toda a dinâmica de "veja só, esse rapagão desajeitado ganhou poderes por acaso, agora precisa lidar com responsabilidades que jamais previu e assim vai acabar amadurecendo" é batida para quem já teve a oportunidade de ler Goethe ou Stan Lee. Ou de assistir a mais do que dois blockbusters nos últimos 25 anos.

O diferencial do Besouro Azul é uma participação mais efetiva da família do protagonista, que não está lá apenas para inspirar e colocar peso em suas decisões, mas, em dado momento, para também sentar a porrada nos inimigos. Nas redes sociais, há quem já esteja clamando por um spin-off com a avó revolucionária.

Bruna Marquezine é Jenny Kord em 'Besouro Azul'
Bruna Marquezine é Jenny Kord em 'Besouro Azul' Imagem: Divulgação

Bruna Marquezine é o grande destaque do filme. Sua personagem vai muito além do típico papel de mocinha e tem quase tanto tempo de tela quanto Xolo Maridueña. É provavelmente a maior realização nacional de projeção global desde que Liziane Gutierrez foi expulsa de um show da Dua Lipa.

Inclusive é uma pena que a greve dos atores de Hollywood tenha impedido a turnê de divulgação da atriz, que merece toda a celebração por esse ótimo papel. De qualquer forma, a eloquente performance parece apontar para uma gloriosa carreira internacional.

Outro ponto positivo de Besouro Azul é a absoluta falta de desejo de construir um universo compartilhado com ramificações em trezentos filmes e quatrocentas séries. É apenas uma abobalhada aventura sem pé nem cabeça com o mesmo ímpeto de qualquer série infanto-juvenil cancelada na primeira temporada pela Netflix. Estava com saudades disso.

As referências ao Chapolim Colorado e às novelas da Thalia devem deixar os fãs do SBT fascinados. Quando a paralisação de Hollywood passar, já quero ver a Bruna Marquezine e Xolo Maridueña participando do Jogo dos Pontinhos no Programa Silvio Santos com Patrícia Abravanel.

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