Matteus vira líder e pede desculpas, enquanto Vanessa não faz concessões

Mas o Matteus é bom o tempo todo. Bom para a vida em sociedade, bom para o próximo. Não é tão bom assim para o reality show, pelo menos enquanto estou assistindo. Entenda o meu lado, ele ganhou a prova e precisou tomar algumas decisões. Mas pediu mais desculpas do que tomou decisões.

Na seleção das pessoas que teriam acesso ao VIP, fez o possível para não se comprometer. Traçou linhas rígidas cujo debate seria moralmente indiscutível: como reclamar do cara que está levando para o VIP quem estava na tristeza da xepa? E ainda fez questão de guardar umas vagas para os líderes anteriores, pois todos tinham levado ele para o bem-bom.

Depois teve que escolher quatro pessoas para colocar na mira de sua indicação ao paredão vindouro -e aí a coisa ficou ainda mais frustrante. Matteus dava a pulseirinha e pedia desculpas. Também pedia perdão. Repetia as desculpas, repetia o perdão, e entre um e outro falava que não era nada pessoal. Quem chamou esse cara?

É uma estratégia, claro. O chamado jogo interno. Desculpa. Agora sou eu quem precisa pedir desculpa. Mas acho isso um porre. Deus que me livre. O excesso de zelo, o cuidado e a correção se traduzem num tipo de espetáculo que pouco me interessa. Fico na torcida para que alguém seja capaz de provocar ondas sísmicas nas placas tectônicas de tanto bom-mocismo. Mas também prometo que não é nada pessoal.

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Na contramão das atitudes louváveis de Matteus, pensei nos dias que Vanessa Lopes tem tido no BBB. Ninguém sabe ao certo o que está acontecendo com ela, mas a produção não pareceu suficientemente preocupada a ponto de optar por uma ação mais efetiva. Numa casa com tantas câmeras, ela segue em observação.

A reação das redes sociais à quinta-feira da tiktoker foi algo tão radical quanto o que vimos transmitido pela TV. Entre diagnósticos psiquiátricos freestyle e ilações maldosas duvidando das intenções da moça, uma miríade de demonstrações do por quê esse tipo de reality show faz tanto sucesso por aqui.

O BBB convida o telespectador para ser seu cúmplice. A audiência ajuda a decidir os rumos do programa e faz uma aferição em tempo real do bom ou mau andamento da produção. Daí a preocupação de tantos que estão do lado de cá da telinha em não se verem envolvidos com a controvérsia. Desviam do espelho ou dão uma piscadela para ele, dependendo da hora do dia.

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Mais cedo, a mãe de Vanessa fez um vídeo tentado acalmar os ânimos dos internautas. "Ela tem seus momentos. Mas depois ela volta". A mensagem, gravada enquanto passava um produto no rosto, foi mais um elemento esquistíssimo em um dia cheio de desdobramentos esquisitíssimos. O pai também faria um vídeo mais tarde, cujo teor não chegou a ser menos incomum.

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Pensando na intensidade das redes sociais, na Vanessa e no seu entorno, e também na maneira como ela parece lidar com as coisas que lhe cabem, com meu ranço por Matteus ainda na cabeça? Acabei lembrando de uma canção do Jorge Mautner.

Eu não peço desculpa
E nem peço perdão
Não, não é minha culpa
Essa minha obsessão
Já não aguento mais
Ver o meu coração
Como um vermelho balão
Rolando e sangrando,
Chutado pelo chão

Psicótico,
Neurótico,
Todo errado...
Só porque eu quero alguém
Que fique vinte e quatro horas do meu lado
No meu coração, eternamente colado...
No meu coração, eternamente colado?

Notas para o BBB 24

Tá no VIP
O ritmo alucinante nessa reta inicial foi uma estratégia certeira para manter a atenção dos entusiastas do programa e também para deixar os participantes sempre alertas. O elenco é ótimo e existem boas perspectivas em constante evolução.

Tá na Xepa
A prova do líder não foi muito emocionante, apesar das várias fases. E ainda teve um problema técnico que fez com que o programa saísse para um longo intervalo até que tudo fosse consertado. Pelo menos rendeu umas imagens engraçadas e pitorescas.