Interessado e curioso, Silvio Luiz foi pioneiro também no Twitter
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Antes das possibilidades mais claras de monetização, como observamos hoje na vasta oferta de criadores de conteúdo transformados em influenciadores digitais, as redes sociais eram sobretudo um espaço de conexão.
Pessoas com interesses afins iam descobrindo novos mundos dentro de uma mesma obsessão. Esporte, quadrinhos, novelas, realities. Entrar na internet era como entrar em uma toca de coelho.
Posso estar sendo tapeado pelo saudosismo, mas também acredito que a comunicação era muito mais horizontal nos idos da primeira década deste século. Foi quando muita gente entrou naquele site que, pelo menos na época, era conhecido como Twitter.
Nunca foi uma rede social com um número muito grande de usuários, mas o alcance sempre foi absurdo, até incoerente com o próprio tamanho. Isso por conta das pessoas que gostavam de investir seu tempo usando o passarinho azul como uma caixa de comentários sobre a vida e tudo mais.
Artistas, políticos e especialmente jornalistas. Quando o algoritmo ainda não ditava as regras das redes, mas a busca proativa por interesses em comum, as trocas pareciam mais íntimas e fascinantes. Mas não quero parecer o tipo de cara que fala que antigamente tudo era melhor.
Silvio Luiz, a lenda da TV brasileira, entrou no Twitter em abril de 2009, aos 74 anos de idade. E deitou e rolou com a curiosidade e o interesse que eram sua marca registrada. Com a verve que narrava as partidas de futebol, narrava os programas de TV que estava assistindo, o cenário político, os problemas cotidianos.
Durante muito tempo, escrevia tudo em caixa alta. SÓ DESSE JEITO. Era o único que deveria ter essa liberdade poética, pois remetia à sua voz de trovão e a maneira como fazia suas transmissões esportivas.
Ele gostava de falar dos jornalistas que admirava enquanto apareciam na TV, também não perdia a oportunidade de cornetar quando discordava de alguma coisa. E foi mais feliz quem acompanhou as aventuras de Silvio Luiz na bocha -que ele fazia questão de registrar sempre no Twitter.
Viramos amigos virtuais de longa data. Foram várias aventuras. Ele quis saber o horário em que nasci para mandar fazer meu mapa astral, deu pitaco sobre o nome do meu cachorro, tinha sempre um feedback para dar quando eu comecei a aparecer em programas de televisão. Nos divertimos muito.
Nesses 15 anos em que usou ativamente o Twitter, não perdeu o olhar atento e uma generosa disponibilidade para aquilo que gostava. Foi uma satisfação inenarrável acompanhar essa faceta do gigante Silvio Luiz.
Voltamos a qualquer momento com novas informações.
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