Chico Barney

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Expulsa de A Fazenda, Rachel Sheherazade foi campeã em A Grande Conquista

Chegou ao fim a segunda temporada de A Grande Conquista, intrigante reality show da Record que não chegou a furar a bolha, mas contava com um elenco adoravelmente pitoresco. A curadoria da equipe de Rodrigo Carelli, diretor do gênero na Record, costuma ser contundente.

O campeão foi um cidadão chamado Kaio, um entre os 100 participantes que orbitam naquela zona cinzenta de quase famosos, subcelebridades, agregados de figuras públicas e outros tipos. Dificilmente marcará época.

Mas quem escreveu seu nome definitivamente no entretenimento nacional foi Rachel Sheherazade. No cargo de apresentadora de um programa dessa estirpe pela primeira vez, ela desempenhou um bom papel e pode ser considerada a verdadeira vencedora deste reality.

É uma retomada na trajetória interrompida por sua expulsão em A Fazenda do ano passado. Ela tinha tudo para ganhar, que os fãs de Jaque não me ouçam. Mas acabou se metendo num imbróglio com Jennifer Miranda e saiu antes da hora.

Creio que aquilo veio bem a calhar nessa nova fase da carreira. Aumentou a aura em torno dela e criou-se uma expectativa em torno do que poderia ter sido -um passado glorioso que não chegou a acontecer, mas que serviu para projetá-la rumo a um futuro ainda mais promissor.

A experiência adquirida em todos os anos de jornalismo garantiu uma boa postura nas intervenções ao vivo com os participantes. Foi onde se saiu melhor. De resto, sofreu com o texto truncado que é uma marca dos realities da emissora há anos, infelizmente. Com isso, nem sempre se saía tão bem no teleprompter -mas acredito ser algo contornável com o tempo.

Só acho uma pena que a Record consiga aproveitar apenas o carisma e as habilidades técnicas de seus apresentadores, muitas vezes deixando fora da equação a personalidade deles. Adoraria ter visto um pouco mais da Rachel que conhecemos em A Fazenda, sem tantos textos prontos e piadinhas que serviriam para qualquer outra pessoa declamar.

Dentro das possibilidades que lhe foram oferecidas, a apresentadora fez uma temporada de estreia que considero acima da média. E a emissora está disposta a aproveitar seus préstimos no vindouro Domingo Record, que promete misturar jornalismo com entretenimento na disputa pela audiência dominical.

Quanto ao formato em si, duas temporadas de A Grande Conquista já foi coisa demais. Que no ano que vem a Record traga de volta o saudoso Power Couple ou tire do chapéu algum outro reality que tenha mais chances de comover a sociedade civil.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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