Cariúcha e Everaldo Marques sofrem do mesmo mal

Muito do conteúdo produzido atualmente é difundido por intermédio de trechos sem contexto, que acabam atrapalhando a plena fruição de uma mensagem. A leitura diagonal da realidade parece ser o novo normal. Não é raro alguém precisar vir a público para se retratar por algo que se perdeu na tradução dessa dinâmica da internet.

Veja só as entrevistas conduzidas pela Blogueirinha, uma personagem humorística que parodia os antigos talk shows de Marília Gabriela. Os cortes não raramente viralizam como se o teor do programa da DiaTV fosse de alguma seriedade.

No episódio desta semana, Cariúcha brincou dizendo que foi ela quem deu uma carreira para Caco Barcellos. Essa história de "dar uma carreira" é uma piada recorrente para quem acompanha o trabalho da apresentadora do Fofocalizando. E ela estava obviamente ironizando o fato de ter surgido para o grande público numa reportagem sobre o concurso Garota da Laje no Profissão Repórter.

Pois há quem esteja nervoso com o que parece ser uma ilação desrespeitosa ao jornalista, mas é apenas uma piada inofensiva. Sem o devido contexto, tudo vira pano pra manga. Mas quem tem tempo para tanto contexto?

Situação parecida costuma viver Everaldo Marques, brilhante narrador que é o grande nome da cobertura olímpica da Globo em Paris. Para elogiar os craques que se destacam em suas transmissões, ele costuma falar 'você é ridículo(a)'. O termo viralizou com o narrador e quem acompanha os jogos sabe que é a forma usada por ele para identificar um atleta fora de série, um craque.

Marques já se meteu num imbróglio gigantesco quando fez esse elogio para Lady Gaga em um intervalo do Super Bowl. Ao falar o mesmo para Rayssa Leal na final do skate durante o fim de semana, também recebeu reações sem muito espírito esportivo.

Demos a volta completa na máxima preconizada por Chacrinha no distante século XX. Hoje em dia, só quem se comunica é quem se trumbica.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.