'I May destroy You' chega ao fim hoje como série mais importante do ano
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Resumo da notícia
- Produção criada e estrelada por Michaela Coel a transforma numa das vozes mais relevantes do mundo atualmente
- Série se debruça sobre o trauma causado por um estupro e também aborda relações tóxicas
- Último episódio vai ar nesta segunda-feira (31), na HBO, às 23h
A Inglaterra, que já nos deu "Fleabag" segue sendo celeiro de grandes séries produzidas por mulheres fortes. Depois de Phoebe Waller-Bridge, é a vez de Michaela Coel emplacar um seriado impecável. "I May Destroy You", cujo último capítulo vai ao ar nesta segunda-feira (31) na HBO, às 23h, é um grande tratado sobre relacionamentos tóxicos e abuso sexual.
Responsável pela bem-sucedida "Chewing Gum", que já esteve disponível na Netflix, a atriz e roteirista desenvolve uma história que passa do riso ao tenso em questão de segundos. Sua personagem Arabella, é uma jovem escritora, que, após uma balada, acorda com um ferimento no rosto e lembranças confusas. Não demora para ela perceber que foi vítima de um estupro após ser dopada. A partir daí, se inicia mais que uma busca pelo culpado, no que, de início parece ser um quebra-cabeça, mas também um processo de enfrentar o trauma e tentar seguir com a vida.
As cicatrizes carregadas por Arabella são profundas. Nada é fácil: contar aos amigos, descobrir que não teve o apoio na hora que precisava, buscar os reais culpados, lidar com a polícia, entender os próprios sentimentos. O mergulho da protagonista é profundo, mas, ainda assim, há algo de leve na maneira como ela sublima a dor. Para muitos, de fora, tudo parece bem. O mesmo se aplica a seus amigos, Terry (Weruche Opiae) e Kwame (Pappa Essiedu). No caso do rapaz, gay, os aplicativos de pegação parecem mais uma muleta com a qual ele tenta preencher seus vazios.
Além de se debruçar sobre um tema forte, "I May Destroy You" acaba se tornando também um estudo sobre masculinidade tóxica e o quanto ela afeta o cotiado de muita gente. Da mesma maneira, aponta como relacionamentos descambam para o abuso psicológico de maneira fácil. Para muitos, o "mimimi" está repleto de dor que precisa ser entendida e discutida. O último episódio foge às convenções e traz um belo modo de deixar para trás nossos abalos pessoais.
Com elenco majoritariamente negro, a série é um marco e transforma Michaela Coel num dos grandes nomes da dramaturgia mundial atualmente e numa das vozes mais potentes. Ela precisa ser ouvida. Que venham mais projetos.
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