Alinhado politicamente contra Bolsonaro, Boni aponta erros da Globo
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Resumo da notícia
- Ex-Todo Poderoso da Globo acredita que não há possibilidade de governo tirar concessão da emissora
- Para Boni, "politicamente correto" virou uma espécie de censura
- Empresário defende ainda que jornalismo da Globo seja mais plural e acha que abrir mão da Libertadores e Fórmula 1 foi um erro
Entrevistado do "Roda Viva" na semana em que a TV brasileira completa 70 anos, Boni segue cirúrgico e apontando novos caminhos para o veículo. Para o empresário, responsável pelos anos de ouro da Globo, as novelas seguirão salvando as emissoras - "o tempo ideal de uma novela é de seis meses" -, falta programação infantil para ajudar a formar novos públicos - por isso as crianças recorreriam ao YouTube - e vê repetição no jornalismo - "falta pluralidade e ampliar a pauta".
A relação do jornalismo da Globo com o governo de Jair Bolsonaro, no entanto, não passou batida. Nesse sentido, ele parece alinhado com sua antiga casa. "A guerra do Bolsonaro não é contra a Globo, a imprensa ou a televisão. É contra a democracia", afirmou ele, que não acredita que emissora corre risco de perder a concessão e diz que isso seria pior que uma revolução. Para ele, algo parecido só ocorreria em tempos de ditadura, como aconteceu com a Excelsior e a Tupi: "Não é concessão de serviço público pra servir o governo. É concessão de serviço público para servir o público".
Apesar de estar na mesma página politicamente, Boni parece discordar de algumas decisões da Globo e culpa o politicamente correto comparando-o à censura. O ex-diretor jura não ter recebido queixas no que diz respeito a assédio sexual ou moral e advogou em favor de investigações profundas em casos como o de José Mayer. Ao falar sobre a dramaturgia, torceu para que não façam uma novela sobre a covid-19. Talvez ele não queira assistir a "Amor de Mãe" após a retomada das gravações, uma vez que a pandemia será retratada na trama de Manuela Dias.
Da mesma maneira, mostrou-se preocupado com a perda de direitos esportivos pela Globo, que decidiu abrir mão da Fórmula 1 e da Libertadores: "É fundamental que uma emissora que queira ser líder domine o esporte. Me preocupa violentamente a questão, não só da diminuição da participação, mas do desenvolvimento de outros esportes. Ela tem de adquirir o maior número de direitos possíveis".
No que diz respeito ao futuro, Boni acredita que pode haver uma bolha do streaming - chamada de TV do assinante -, uma vez que nem todo mundo poderá pagar por todos. Já a televisão "do anunciante", como ele mesmo chama, seguirá firme.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.