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2020 é o ano em que o SBT perdeu as maiores grifes de seu jornalismo

Rachel Sheherazade e Carlos Nascimento apresentavam o "SBT Brasil", principal telejornal do SBT - Reprodução/SBT
Rachel Sheherazade e Carlos Nascimento apresentavam o "SBT Brasil", principal telejornal do SBT Imagem: Reprodução/SBT

Colunista do UOL

14/12/2020 15h23

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Resumo da notícia

  • Carlos Nascimento foi avisado nesta segunda-feira (14) que não teria seu contrato renovado pelo canal
  • Enquanto abre mão de nomes como Cabrini, Sheherazade e Nascimento, emissora mantém Dudu Camargo e Marcão do Povo
  • Os âncoras emprestavam seu prestígio e credibilidade ao SBT e garantiram prêmios por seus trabalhos

São muitos os nomes que passaram pelo jornalismo do SBT, nas diversas tentativas de consolidar o departamento no canal. Boris Casoy, Lillian Witte Fibe, Ana Paula Padrão, Hermano Henning, cada um à sua maneira emprestou seu prestígio à emissora de Silvio Santos, que sempre teve uma relação de idas e vindas com seus telejornais. Desde que emplacou o "SBT Brasil", em 2005, no entanto, a direção pareceu entender a importância do jornalismo para além do policialesco de programas como o "Aqui Agora".

Em 2020, no entanto, com a crise gerada pela pandemia - e alegadas interferências externas -, o canal decidiu abrir mão de grandes grifes de seus jornais. Nomes que conferem prestígio e credibilidade à emissora deixaram seus cargos para serem trocados por soluções caseiras. Os substitutos são reconhecidamente competentes, mas suas escalações apontam não somente para uma aposta em novos rostos, mas também a falta de investimento no trabalho jornalístico.

No final de setembro, Roberto Cabrini foi avisado de que seria dispensado do canal. O "Conexão Repórter", que ele comandava, se tornou o programa mais premiado da história do SBT e conseguiu entrevistas exclusivas que chegaram até mesmo a motivar a criação de CPIs.

Uma semana depois, Rachel Sheherazade, que estava no canal havia quase uma década, foi avisada de que não teria seu contrato renovado. Em entrevista a esta coluna, a âncora afirmou que foi dispensada por e-mail e considerou que foi alvo da pressão política por parte de um dos anunciantes do canal.

Agora, Carlos Nascimento, afastado do trabalho desde o começo da pandemia por ser grupo de risco, recebeu notificação de que seu contrato também não seria renovado. O apresentador estava na casa dele 2006, quando deixou a Globo, e era considerado um nome de grande credibilidade.

É difícil de entender a razão pela qual o SBT dispensa âncoras que são verdadeiras grifes para seguir mantendo à frente de jornalístico populares nomes como Dudu Camargo - que parece ter mais vocação para o entretenimento - e Marcão do Povo - já acusado de comentários racistas e antissemitas. O critério é difícil de entender. Mas mais complicado ainda deve ser manter o departamento de jornalismo quando ele está disposto a abrir mão de suas grifes, ou melhor: de seus selos de qualidade.